Bancos de leite em vários hospitais humano necessitam de reposição

Em todos os hospitais que fazem a coleta do material há necessidade de renovação dos estoques

Escrito por Redação ,
Tobias nasceu há 28 dias e está internado no Hospital Infantil Albert Sabin, no bairro Vila União, em Fortaleza, em decorrência de uma infecção. Para se manter nutrido, ele precisa de uma quantidade de leite que a mãe, Verônica de Sousa, 22, ainda não consegue produzir. Assim como ele, dezenas de crianças também necessitam do alimento; mas, com a aproximação das festas de fim de ano, como Natal e Réveillon, muitas doadoras dos bancos de leite da cidade decidem viajar e os estoques das unidades ficam comprometidos.
 
No Albert Sabin, os 34 bebês internados consomem de 4 a 5 litros de leite por dia, mas nem sempre o estoque pode suprir a dieta de todos. “Mesmo com a solidariedade das outras mães, só conseguimos alimentar metade. O Hospital é referência em pediatria e os bebês passam muito tempo internados, em estado grave. A cabeça da mãe dessa criança não funciona bem, ela fica preocupada e não consegue produzir”, explica a enfermeira Iraneide Valença.
 
O banco de leite do Hospital Geral Dr. César Cals (Hgcc), no Centro, precisa ofertar seis litros por dia para amamentar os 55 internos, sendo 25 somente da UTI neonatal. No entanto, a unidade só consegue fornecer de três a quatro litros por dia, segundo a enfermeira Gilvânia Ribeiro. “Não temos como dar leite para todas, então a prioridade é das crianças prematuras, em recuperação no pós-cirúrgico ou das que têm dificuldades na digestão de leite especial”.
 
Já na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), o banco de leite contempla 60 bebês. Contudo, como a necessidade diária é de nove litros, o estoque atual pode acabar em menos de uma semana. Ainda que os auxílios cheguem a 100 litros por mês, é preciso reforçar as doações. A Meac possui motoristas que realizam a coleta domiciliar, embora as mães também possam ir à unidade de forma espontânea. No Hospital Geral de Fortaleza (HGF), os números também precisam melhorar. O hospital recebe uma média de 50 bebês por mês que precisam do leite materno para se alimentarem. Apesar de contar com um veículo que recolhe o leite todos os dias da semana, em dois turnos, o estoque atual é de 15 litros de leite e a necessidade semanal é de 16 litros por semana. 
 
Cooperação
 
O pediatra Fernando Benevides, coordenador do Setor de Médio Risco Neonatal do Albert Sabin, explica que as vitaminas e imunomoduladores presentes no leite materno aumentam a resistência, evitam doenças e auxiliam no desenvolvimento dos bebês. “Nosso foco são as crianças com patologias e cirurgias, para evitar complicações e diminuir o internamento nas unidades”.
 
Mães interessadas em contribuir podem fazer a ordenha domiciliar. Ela deve ser feita em frascos de vidro esterilizados, com as mãos higienizadas, cabelo preso e boca afastada dos seios, de preferência num local limpo. Após a coleta, o leite deve ser imediatamente armazenado na geladeira ou no freezer. Segundo recomendações do Ministério da Saúde, o leite guardado na geladeira pode ser consumido em até 24h, e por até 15 dias caso seja armazenado num freezer.
 
 
 
 
 
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