Acúmulo de lixo ainda é problema, apesar de coleta em andamento

Operações escoltadas seguem em pontos críticos da cidade, afirma prefeito Roberto Cláudio. Meta é regularizar áreas prejudicadas pela ameaça de violência até o fim desta semana

Escrito por Renato Bezerra , renato.bezerra@diariodonordeste.com.br

Legenda: Avenida Domingos Olímpio é um dos lugares a enfrentar o problema
Foto: FOTO: RODRIGO GADELHA

Aos poucos Fortaleza tenta se recuperar do acúmulo de lixo nas ruas, problema antigo mas potencializado nas últimas duas semanas, decorrente dos atos de violência na cidade. Mas se, por um lado, a Prefeitura aponta a normalidade da coleta, por outro, os pontos de entulhos, restos de árvores e móveis e até descarte doméstico se multiplicam, um problema para a mobilidade e um risco à saúde da população.

Em transmissão no Facebook, ontem, o prefeito Roberto Cláudio disse que está mantida a realização de uma coleta adicional, desde a última quinta-feira (10), além das quatro mil toneladas de resíduos já recolhidas por dia.

A meta é que a limpeza em áreas prejudicadas pela interrupção do serviço seja concluída ao longo desta semana. “Estamos fazendo essa coleta a mais para que, ao longo dessa semana, a gente possa normalizar nessas áreas onde o caminhão não pode coletar em virtude do risco de violência”, disse Roberto Cláudio. 

Entre ontem e hoje, segundo o prefeito, alguns bairros passarão por operação de limpeza escoltada pela Polícia Militar. Entre eles, Mondubim, José Walter, Itaperi, Bom Jardim, Siqueira, Jatobá, Planalto Ayrton Sena, entre outros. “Não tivemos nenhuma intercorrência entre sábado e domingo e vamos continuar fazendo a coleta com apoio policial”, mencionou o prefeito.

A sujeira, contudo, ainda é visível em grande parte da cidade. Na Rua João Brígido, no trecho próximo à Rua Ildefonso Albano, a concentração de lixo em uma das calçadas obrigou a chefe de cozinha Fátima Almeida a atravessar a via, e seguir do outro lado, no fim da tarde de ontem. 

Recorrente

Segundo conta, o problema no local é recorrente, mas comemora o fato da coleta estar passando onde mora. “Na Joaquim Torres está tudo normal, mas aqui é um problema, sempre foi assim”, comenta. Na Avenida Domingos Olímpio, alguns trechos apresentavam problemas e, dentre os piores, o acumulado nas esquinas das vias Padre Mororó e Rúbia Sampaio chamava atenção. Nos locais, o grande acúmulo de lixo extrapolava o canteiro central e invadia a ciclofaixa.

De acordo com o vendedor Edivando Santos, que trabalha próximo ao local, as caçambas recolhem os resíduos, mas logo em seguida a população enche novamente. “Sábado estava bem pior, mas hoje de manhã recolheram, só que, em seguida, vêm os carroceiros e despejam mais lixo. Isso é recorrente”, conta.

Mesmo cenário

Na Avenida José Jatahy, que dá acesso aos bairros Jacarecanga e Monte Castelo, temos o mesmo cenário no canteiro central da via, com grande acúmulo de resíduos sólidos bem abaixo da placa do Ecoponto do local. O pedreiro Rafael afirma que muita gente escolhe deixar o lixo no espaço por acreditar que a coleta domiciliar não está em operação. 

No Meireles, lixo descartado de forma irregular também na Rua José Vilar, em frente ao Campo do América. Segundo o porteiro Renato Medeiros, os resíduos se acumulam desde sábado. “A coleta domiciliar passa por aqui, mas a caçamba não está entrando na comunidade”, afirma. 

Transporte público

O transporte público, por sua vez, segue com o mesmo modelo de operação anunciado na semana passada pela Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus). 

Dessa forma, o sistema opera, ainda, com redução de 30% da frota após as 20 horas, com veículos escoltados e policiais embarcados em parte do sistema complementar que opera entre os terminais. 

O sistema de vans também permanece funcionando somente até as 21 h, assim como na semana anterior. Após esse horário, a frota conta com 161 veículos funcionando.

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