40 municípios do Ceará estão em alerta ou risco de arboviroses

Canindé, Chorozinho e Viçosa do Ceará estão em risco de surto de dengue, zika e chikungunya, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Outros 37 estão em situação de alerta, e 141 em situação satisfatória

Escrito por Redação ,

Um total de 40 municípios cearenses estão à sombra de um risco já conhecido. Das 184 cidades do Estado, 37 estão em situação de alerta e três estão em risco de surto de dengue, zika e chikungunya, de acordo com os dados do novo Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2018, divulgado pelo Ministério da Saúde na última quarta-feira (12).

As precauções contra o mosquito são uma constante necessária, mas há certo alívio em constatar que a Capital encontra-se em situação satisfatória, assim como outras 141 cidades. Apenas três localidades não enviaram informações sobre o levantamento de infestação pelo Aedes. A maior preocupação volta-se aos municípios em risco: Canindé, Chorozinho e Viçosa do Ceará.

A predominância de situações satisfatórias não deve, contudo, ser motivo para comemoração. De acordo com o coordenador de vigilância e saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Nélio Morais, o levantamento foi conduzido durante a estação seca, momento em que a circulação do mosquito é menor.

Ciclo

“A tendência histórica é que haja uma baixa densidade vetorial. Quando há chuva, pela questão climática, o vetor potencializa o ciclo de reprodução dele, que é encurtado. De 12 dias, passa a ser de 8 a 10 dias. Daí o aumento da reprodutibilidade do mosquito”, explica o coordenador. 

Devido à sua durabilidade, que, segundo Nélio Morais, chega a 450 dias, os ovos do Aedes aegypti que são depositados em vasilhas, pneus, copos descartáveis e garrafas durante a estiagem, necessitam apenas do contato com uma lâmina de água para que possam eclodir. “De janeiro pra fevereiro, já há um aumento da infestação. Uma cidade como Fortaleza tem vários cenários de focos de arboviroses. Na Praia de Iracema e Meireles, são mais frequentes os ralos em desuso como criadouros. Mas bairros como da Secretaria Regional I ou V há uma alta densidade demográfica, com questões de saneamento ainda não resolvidas”, diz.

Segundo ele, os bairros citados por último representam os cenários de maior risco para a transmissão das doenças.

Infestação

Atualmente, o Estado encontra-se na alta de infestação do mosquito. A situação é descrita pelo coordenador de vigilância e saúde como favorável para reverter os quadros de alerta nos municípios, uma vez que a alta de transmissibilidade ainda não foi atingida.

A recomendação é que as cidades façam o próprio levantamento acerca dos bairros em que os focos do Aedes aegypti são mais frequentes e, a partir de então, orientem as equipes de agentes endêmicos e conscientizar a população.

“São municípios menores, mesmo com poucos esforços, é possível modificar a situação. As chances são imensas, mas é preciso arregaçar as mangas”, afirma Nélio Morais.

Em todo o Ceará, neste ano, foram confirmados 3.183 casos de dengue, dos quais 11 resultaram em óbito, até o dia 12 de novembro, de acordo com os dados publicados no Boletim Epidemiológico publicado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), no dia 16 do mesmo mês. Durante igual período no ano passado, 24.786 casos confirmados da doença foram registrados, assim como 26 óbitos.

Chikungunya e zika totalizaram, respectivamente, 1.296 e 37 casos confirmados até 12 de novembro de 2018.

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