Nova Beira-Mar deve ser entregue em 2020

Projeto compreenderá reformas desde o Mercado dos Peixes até o Espigão da Avenida Rui Barbosa

Escrito por Theyse Viana - Repórter ,
Legenda: A requalificação inclui calçadas acessíveis, nova iluminação, quiosques padronizados, bolsões de estacionamento e nova feirinha
Foto: FOTO: FABIANE DE PAULA

Reconhecido como promessa antiga à capital cearense, o projeto de total requalificação da orla da Avenida Beira-Mar, já tem data de início e de conclusão: próximo dia 10 de agosto e julho de 2020, respectivamente. A informação foi reforçada pelo prefeito Roberto Cláudio, na manhã dessa sexta-feira, durante assinatura da Ordem de Serviço de R$ 40 milhões. A oficialização do recurso permite que a Prefeitura instale o canteiro de obras, o que, segundo o prefeito, já acontecerá nesta segunda-feira (30).

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De acordo com a secretária de Infraestrutura de Fortaleza, Manuela Nogueira, a intervenção será dividida em 16 trechos e etapas, "para tentar minimizar os impactos e transtornos que obras causam à cidade e aos moradores". "O primeiro a ser feito vai ser desde o Mercado dos Peixes até o Parque Bisão. Trabalharemos com as calçadas do lado dos prédios, drenagem e complementação do calçadão já feitos em parte da região", explica Nogueira. A "Beira Mar de Todos", como é denominado o projeto financiado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), compreenderá reformas desde o Mercado dos Peixes até o Espigão da Avenida Rui Barbosa, próximo ao Aterro da Praia de Iracema. "Em toda essa área, teremos requalificação total da via, incluindo mobilidade urbana, calçadas acessíveis, nova iluminação, quiosques padronizados, bolsões de estacionamento, nova feirinha fixa e padronizada e banheiros públicos", lista a titular da Seinf.

Além das modificações estruturais pelas quais uma das regiões mais simbólicas de Fortaleza deve passar, a rotina de quem trabalha e frequenta o local deve ser alterada. "Essa obra mexe com muita gente, então precisamos manter diálogo com qualquer pessoa afetada, seja morador, comerciante, frequentador. Será um incentivo para que outros investimentos se estabeleçam no entorno, gerando emprego e renda, mas todos os feirantes, ambulantes e donos de barracas terão o privilégio de permanece, caso queiram", salienta Roberto Cláudio, apontando para uma das preocupações da permissionária Maria Brizamar, 40.

"Tenho um carrinho fixo para vender coco. Meu pai já tem 40 anos de Beira-Mar. Não tenho medo de ficar sem um lugar, porque sou permissionária, mas eles não dizem para onde vamos durante e após as obras", reclama, endossada pela dona de barraca de praia Sandra Gomes, 45. "Estou apavorada. O projeto fala das barracas de uma forma superficial. É o meu sustento".

Impactos

Os impactos ambiental, social e cultural das mudanças, opina a secretária de Urbanismo e Meio Ambiente, Águeda Muniz, "serão positivos para a cidade, vão trazer desenvolvimento, principalmente no turismo e no lazer". A titular da Seuma afirma que além das questões relacionadas à vegetação, à limpeza da orla concentra a atenção da Pasta. "Desde o início, tudo foi medido, inspecionado. As árvores suprimidas muitas estavam doentes ou mortas, mas a própria Prefeitura já fez o replantio. A Beira Mar vai ser muito mais verde do que já é hoje, e as pessoas voltarão a usar a praia como área de banho, a ocupar o espaço"

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