Mais de 28 mil veículos foram rebocados na Capital, em três anos

Do total, 6 mil foram removidos através do projeto Esquina Segura, que coíbe o estacionamento irregular em esquinas. AMC destaca potencial educativo de outras fiscalizações, que cobram uso do capacete e tolerância zero ao álcool

Escrito por Redação , metro@verdesmares.com.br
Legenda: Em Fortaleza, 28.676 veículos foram rebocados entre janeiro de 2017 e abril de 2019, de acordo com dados da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC)
Foto: FOTO: NAH JEREISSATI

Em Fortaleza, 28.676 veículos foram rebocados entre janeiro de 2017 e abril de 2019, de acordo com dados fornecidos pela Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). Em média simples, são cerca de mil reboques por mês, ou 33 por dia.

Em 2017, 11.838 veículos foram apreendidos. No ano passado, a AMC, em parceria com a Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) e a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), removeu 12.288 veículos. De janeiro a abril deste ano, foram rebocados 4.550. O gerente de Operação e Fiscalização da AMC, Disraelli Brasil, esclarece que diversos motivos podem ser apontados para a ação.

"Pode haver remoções pela falta de licenciamento ou pela direção sem habilitação, que geralmente encontramos em blitze. Quando atendemos a colisões e um veículo está irregular, ele também é removido. Outro motivo é obstrução de garagem, quando recebemos reclamação", enumera.

Mais um fator é o projeto "Esquina Segura", implantado em março de 2017 com reforço na sinalização viária (já foram contempladas 244 esquinas) e inibição do estacionamento nesses locais, a fim de melhorar a visibilidade e o tráfego de pedestres e motoristas. No ano de estreia, foram realizados 2.620 reboques. Já em 2018, o número cresceu para 2.855. Neste ano, até o dia 16 de maio, foram rebocados 598 veículos.

No geral, o saldo da iniciativa é positivo. Uma pesquisa da Universidade Federal do Ceará (UFC) com a AMC revelou que o projeto fez reduzir em 61% o número de acidentes com vítima nos locais onde houve intervenções. Por outro lado, alguns condutores relataram dor de cabeça com o lacre de reboque instalado nos carros que, ao serem removidos, deixam marcas que só conseguem ser retiradas com polimento.

Disraelli Brasil ressalta que o lacre tem o papel de impedir a violação do veículo. Diante das reclamações, ele destaca que será providenciado um produto de limpeza para ser utilizado já no Depósito de Veículos Removidos (DVR), no bairro Passaré. Caso tenha um veículo rebocado, o proprietário deve ir a esse local portando documentos pessoais e do veículo; depois, pagar um boleto com as taxas de reboque e as diárias correspondentes.

Operações

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) define que é proibido estacionar a menos de cinco metros das esquinas. Além do reboque, quem o fizer está sujeito a multa por infração média (R$ 130,16). As mesmas medidas são aplicadas ao estacionamento onde houver meio-fio rebaixado destinado à entrada ou saída de veículos ou que impeça a movimentação de outro veículo.

Com reboques ou não, o fato percebido nas ruas da Capital é que as fiscalizações têm se tornado mais frequentes. E, além disso, "mais efetivas e inteligentes, usando dados, nos locais onde há maior densidade de acidentes", ressalta Brasil. Uma das fiscalizações de rotina da AMC é em relação à Lei Seca, e a tolerância zero em relação ao álcool, além da multa pesada (R$ 2.934,70) parecem vir surtindo efeito nas vias.

De julho a dezembro de 2017, em Fortaleza, 20.851 condutores foram submetidos ao teste do etilômetro, e 42 deram positivo. No ano passado, das 72.758 pessoas foram submetidas aos exames, 20 confirmaram presença de álcool. De janeiro a abril deste ano, 13.379 exames foram realizados, e três deram positivo.

Periferia

"A blitz tem um layout e uma identidade visual que chamam a atenção, então ela pode gerar uma conduta mais educada não só de quem está sendo fiscalizado, mas também de quem passa e observa. A simples presença do agente já inibe as infrações. Muitas pessoas costumam negligenciar a direção achando que não serão fiscalizadas e relaxam, mas isso pode levar a acidentes", argumenta Disraelli.

Ele também salienta as blitze itinerantes que ocorrem em bairros da periferia onde há maiores índices de acidentalidade pela ausência do capacete. Os locais, principalmente das Regionais I, V e VI, são escolhidos através do cruzamento de dados de acidentes com os endereços de acidentados no Instituto Dr. José Frota (IJF). Algumas dessas operações são integradas com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

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