Laudo de incêndio sai em 15 dias

A Cagece informou que está fazendo um levantamento acerca dos danos que os moradores tiveram

Escrito por Redação ,
Legenda: Os moradores afirmam não ser a primeira vez que os profissionais da empresa ateiam fogo na grama para realizar a limpeza do local
Foto: Foto: Kleber A. Gonçalves

Ao acordar, constataram que era real, e não um pesadelo. Os moradores do entorno relataram em uma só voz que não foi a primeira vez que o fogo tomou conta do depósito de tubulações da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), na tarde do último domingo (16), no Planalto Pici. O fato modificou a rotina de todos que tiveram as residências ou os comércios danificados. Questionada sobre a motivação, a Companhia afirmou que só o laudo pericial, que sairá em 15 dias, constatará qual foi o agente causador.

Ao comprar o almoço, a pensionista Íris Cavalcante, 62, voltou para casa. Quando chegou na rua, se deparou com o 'fogaral'. Ela relata que, ao se dar conta da proporção do incêndio, começou a desligar os aparelhos eletrônicos para evitar uma explosão, saindo logo em seguida, para a casa da mãe, também idosa, que vive em estado vegetativo, a fim de impedir que ela inalasse a fumaça. "Foi um desespero tão grande. Eu fiquei com medo dela morrer, já que é sondada", relembra

"Isso foi um livramento de Deus. Todos os anos a Cagece faz isso. O mato, às vezes, vem até a janela. Tiveram que tirar o meu vizinho, que também vive acamado em um colchão. O pessoal da Cagece disse agora que ia tirar esses canos daqui", conta

A comerciante Jossicléia Soares, 39, diz que foi informada da situação por meio de um telefonema e que contou com o apoio de amigos e clientes para retirar os produtos antes que as chamas atingissem o local de trabalho. "Me ligara dizendo que meu comércio estava pegando fogo. Quando cheguei, as chamas estavam muito altas. Eu passei mal. Foi um desespero, uma aflição para todos nós. O pessoal da igreja e alguns clientes vieram ajudar a tirar as coisas daqui de dentro. Graças a Deus não aconteceu nada mais grave. Os bens você conquista de novo. A vida é o mais importante", assegura

A dona de casa Cleide Freitas, 44, diz que ela e a família haviam acabado de almoçar quando o filho mais novo viu o incêndio pela janela do quarto. "Antes, eles capinavam, juntavam o capim seco e tocavam fogo. Nunca aconteceu de atingir os canos, como foi agora. Era só fumaça, que, de tanto acontecer, a população começou a reclamar, e eles pararam. Tem muita gente doente que mora aqui perto".

Cleide Freitas lembra que a situação lhe causou desespero e, com medo de que o fogo danificasse toda a casa, decidiu ligar para os Bombeiros. "Desci alarmando para que todo mundo ligasse também, a fim de que eles chegassem logo. Mas a equipe só chegou muito tempo depois, quando o fogo já tinha se alastrado", rememora, afirmando que calculou um prejuízo entre R$ 20 a 30 mil". "Não me deram garantida do ressarcimento das roupas que eu perdi".

Reparos

A gerente de Responsabilidade e Interação Social da Cagece, Robervania Barbosa, destaca que a empresa mobilizou uma equipe para o local, no intuito de que os profissionais visitassem as famílias vizinhas à área do incêndio, para fazer um levantamento em relação aos danos que foram causados pelo alastramento do fogo e repará-los. Ela afirma que ainda não há como relatar a causa que motivou as chamas, e que isso só será possível daqui a 15 dias, prazo em que o laudo pericial será entregue. Em nota, a Cagece informou que o objetivo da ação é oferecer acolhimento às famílias do entorno e que iniciou a limpeza do terreno.

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