Instalações elétricas de seis hospitais carecem de reforma

Problemas nas unidades que têm pelo menos 30 anos são admitidos pela Prefeitura. Cronograma de obras está em curso

Escrito por Thatiany Nascimento - Repórter ,

Reparos pontuais ao longo de 30 ou até 40 anos de funcionamento e grandes demandas por reestruturações completas em sistemas elétricos, cobertas e instalações hidráulicas. É condição em comum dos hospitais da rede municipal de saúde de Fortaleza. Se a falta de energia no Frotinha de Messejana evidenciou gargalos estruturais da unidade, a Prefeitura, através das secretarias de Infraestrutura e Saúde, admite que os problemas em outras seis unidades são conhecidos e desde 2015 começaram a receber atenção. Um cronograma de recuperação está em curso e, hoje, dois dos oito hospitais secundários estão em reforma.

As intervenções ocorrem para prevenir problemas semelhantes aos vivenciados em Messejana nos últimos dias. Conforme a titular da Secretaria Municipal da Infraestrutura, Manuela Nogueira, um planejamento foi feito no ano de 2015. Questionada sobre o motivo de, apesar de ter conhecimento, a Prefeitura só tenha dado ênfase às reformas nos últimos anos, a secretária justifica que a falta de recursos explica os prazos.

De acordo com ela, o Hospital Nossa Senhora da Conceição, no Conjunto Ceará, foi o primeiro que passou por obras após esse planejamento e teve a rede elétrica completamente recuperada. "Antes, se tratava os problemas dos hospitais de modo pontual. Mas desde o ano passado, temos tentado solucionar o hospital como um todo", ressalta.

A secretária explica que todas as reformas que estão sendo feitas ocorrem por etapas, justamente, devido à complexidade de trabalhar em prédios em que os atendimentos não podem ser cancelados. "Pelas vistorias que fizemos, não temos problemas estruturais de um pilar cair ou uma laje desabar. Nós temos questões que preocupam exatamente nessa ordem: parte elétrica, pois alguns hospitais têm fios da época da inauguração; em segundo, as cobertas, que geram infiltrações, e a terceira é a parte de revestimento. É verificar o que tem de instalação hidráulica danificada; por último, os revestimento de paredes, pinturas e acabamentos", informa.

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Custos

Segundo Manuela, se somados os valores já aplicados e os que deverão ser executados, as reformas gerais das unidades da rede secundária deverão custar R$ 15 milhões. A projeção da Prefeitura, afirma ela, é que as obras divididas em etapas sejam completamente finalizadas até 2020. A ordem de escolha dos hospitais a serem reformados, explica, leva em consideração o estado crítico e a amplitude da demanda dos pacientes.

O coordenador das Unidades Especializadas da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Romel Araújo, reitera a avaliação da titular da Seinf e reforça que a idade dos hospitais é um fator que gera um cenário de preocupação e necessidade de ações efetivas e continuadas de manutenção corretiva e preventiva.

Devido ao comprometimento dos trabalhos internos, o coordenador explica que cada etapa das reformas são controladas para evitar, por exemplo, que dois hospitais com o mesmo perfil de atendimento, com os Frotinhas, sejam reestruturados no mesmo período. Além das reformas completas em todas as unidades, ele acrescenta que o Hospital Infantil mudará de local e Fortaleza, que hoje não tem um hospital específico para traumatologia infantil, passará a ter em 2020.

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Frotinha de Messejana segue sem refrigeração

O curto circuito que há cinco dias compromete o funcionamento do Frotinha de Messejana ainda produz efeito. Segundo a Secretaria de Infraestrutura do Município, há quatro equipes trabalhando na investigação do problema. Ontem, a promotora de Justiça Ana Cláudia Uchôa, do Ministério Público do Ceará (MPCE), visitou a unidade e expediu uma recomendação à SMS cobrando normalização dos atendimentos em 48 horas. Conforme o coordenador das Unidades Especializadas da SMS, Romel Araújo, o hospital já está energizado, mas, como a potência dos geradores é pequena, não suporta os aparelhos de ar-condicionado. Portanto, os pacientes estão sem climatização. "Isso deve ser ajustado nas próximas 48h, pois os geradores irão comportar também a refrigeração", explica.

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