Indígenas visitam exposição no Espaço Cultural

Danças, artesanato e tradições foram apresentados no Espaço Cultural Unifor durante uma troca de experiências e conhecimento com indígenas da etnia Fulni-ô

Escrito por Redação , metro@verdesmares.com.br
Legenda: Os indígenas tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada pela exposição "Da Terra Brasilis à Aldeia Global"
Foto: Foto: Ares Soares

Uma manhã repleta de troca de conhecimentos e culturas com os indígenas da etnia Fulni-ô. Essa foi a realidade de quem esteve nesta sexta-feira, 26, no Campus da Universidade de Fortaleza (Unifor). Universitários, professores, visitantes e crianças da Escola de Aplicação Yolanda Queiroz puderam conhecer a arte e a cultura de uma das poucas etnias indígenas da região Nordeste que mantém vivo o seu idioma nativo. Além disso, os indígenas tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada pela exposição "Da Terra Brasilis à Aldeia Global", em cartaz no Espaço Cultural Unifor.

A curadora Denise Mattar destacou que, ao receber a confirmação da visita, ficou encantada com a oportunidade de mostrar a exposição aos Fulni-ô. "Sou uma pessoa que aprecio as artes indígenas e me interesso demais pela cultura deles. Na exposição fiz questão de incluir os saberes indígenas, já que muitos esquecem de falar sobre o assunto. Na verdade, os portugueses sobreviveram graças a este povo nativo e, por esse motivo, fiz questão de representá-los com as redes de dormir", completou Denise.

Tradição

Os Fulni-ô, também conhecidos como Carnijó e Formió, habitam área próxima ao rio Ipanema, no município de Águas Belas, em Pernambuco. Ao lado dos índios do Maranhão, eles são os únicos povos indígenas da região Nordeste que conseguiram preservar o idioma nativo.

O grupo surgiu a partir de um reagrupamento de diversos povos indígenas que habitavam a região. A distribuição de terras no Brasil, a partir das capitanias hereditárias, serviu como um mecanismo de dispersão de populações nativas, como ocorreu, por exemplo, nas terras interioranas de Pernambuco.

De acordo com o organizador da visita, Klauber Rocha, a vinda deles acontece anualmente com apresentações em espaços de Fortaleza. "Há cinco anos, eu realizo este trabalho voluntário de trazer a Fortaleza os Fulni-ô. Aqui, eles têm a oportunidade de apresentar as tradições, o artesanato e a dança típicos de sua cultura. Este ano, em contato com o professor Glauber Filho, da Unifor, juntamos nossas ideias e conseguimos com que o grupo conhecesse a exposição do Espaço Cultural Unifor e o Campus da universidade. Fazer isso por nossos ancestrais é um sentimento de gratidão, uma forma de retribuir o que eles fizeram e fazem pelo nosso povo", disse Klauber.

Ediran Fulni-ô, representante do grupo, ressaltou que eles lutam para manter a tradição da etnia e ancestralidade viva nos dias de hoje. "Somos um dos poucos grupos indígenas no Brasil que mantém viva a cultura do nosso povo e o idioma nativo. Claro que tivemos que nos adaptar às novas tecnologias, mas sempre buscando manter a origem. Nessas visitas que fazemos a Fortaleza, apresentamos nossa cultura e arte para todas as pessoas que desejam conhecer um pouco mais sobre a nossa história", revelou Ediran.

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