Hospital que atende crianças está sem cateter

Crianças em tratamento oncológico estariam sendo submetidas a cirurgias por falta de cateter de inserção periférica, segundo a Associação Peter Pan

Escrito por Redação ,
Legenda: Mais de 2 mil crianças e adolescentes com câncer são atendidos pela Associação Peter Pan, no Estado
Foto: Foto: Kid Júnior

O Núcleo de Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude (Nadij) da Defensoria Pública do Estado do Ceará instaurou um procedimento administrativo, na última semana, para apurar a falta de cateter Central de Inserção Periférica (PICC). O material é utilizado por crianças em tratamento oncológico, no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias). O caso chegou ao órgão em forma de solicitação para que seja restaurada a compra e o fornecimento do instrumento, através de ofício encaminhado pela Associação Peter Pan, entidade que assiste mais de 2 mil crianças e adolescentes portadores de câncer no Estado.

De acordo com a presidente da Associação Peter Pan, Olga Lúcia Espíndola Freire, o hospital está sem o cateter há cerca de dez dias, fato que vem levando os pacientes a serem submetidos a procedimentos cirúrgicos, para a administração dos medicamentos necessários ao tratamento. "Se tivesse o cateter não teria essa necessidade. Nos foi informado que chegaria até a sexta-feira passada, mas não chegou. Esperamos até a última segunda-feira (29) e também não chegou", afirma.

No ofício, a Associação destaca que os procedimentos realizados nos pacientes são dolorosos e traumáticos, sendo totalmente dispensáveis com a utilização dos cateteres. "A Associação tem responsabilidade com sua missão, que não é apenas elevar o índice de cura, mas melhorar a qualidade de vida dos pacientes e nenhum de nós quer que um filho, na idade que for, tenha a necessidade de ser levado a um centro cirúrgico por falta de um cateter", conta Olga.

Processo

Após a notificação do procedimento administrativo, segundo explica o defensor público e supervisor do Nadij, Adriano Leitinho, a direção do Hias tem 72 horas para prestar esclarecimentos sobre o fornecimento do equipamento. Uma inspeção na unidade também foi determinada para apuração do fato.

"Se for comprovada a denúncia, tentaremos uma mediação. Mas se não conseguirmos intermediar de forma rápida junto ao hospital, vamos para uma nova Ação Civil Pública", diz Leitinho.

Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) apenas informou que o cateter Central de Inserção Periférica já foi adquirido, mas ainda não foi entregue pelo fornecedor, tendo este sido notificado por descumprir o prazo de entrega do material.

Enquanto isso, esclarece a Secretaria, os profissionais da unidade de saúde fazem uso de outros tipos de cateter, por via endovenosa. A Secretaria também não informou se já havia sido notificada oficialmente sobre a abertura do procedimento administrativo.

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