Gavião volta a sangrar, mas média no CE é crítica

O atual nível de armazenamento dos açudes do Estado é de 20,24%, cenário que ainda gera preocupação

Escrito por Redação ,
Legenda: O reservatório é o principal da rede que abastece a Região Metropolitana de Fortaleza e, em fevereiro, sangrou pela primeira vez neste ano de 2015

No terceiro mês da quadra chuvosa, o Açude Gavião, localizado em Pacatuba, sangrou pela segunda vez neste ano ao atingir 100% de sua capacidade de armazenamento, que é de 33.300.000m³. Além do Gavião, que é uma das principais fontes de abastecimento de Fortaleza e da Região Metropolitana (RM), os açudes Tijuquinha, em Baturité e Batalhão, em Crateús também estão sangrando. O nível de armazenamento dos açudes do Ceará, hoje, é de 20,24%, média ainda considerada crítica.

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Em fevereiro, o Gavião havia sangrado pela primeira vez. O açude que integra a Bacia Hidrográfica da RM, diferentemente de outros recursos hídricos do Estado, vem aumentando o volume acumulado neste ano, conforme dados da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh). No fim da quadra chuvosa de 2014, o volume armazenado era de 92,70%. No início de 2015, a capacidade era de 93,85%, situação considerada a mais tranquila, e evoluiu para o atual registro.

A bacia da Região Metropolitana tem 14 açudes públicos gerenciados pela Cogerh. Destes, o Aracoiaba, o Pacajus, o Pacoti, o Riachão e o Gavião são os que mais fornecem água para abastecer Fortaleza e os demais municípios da RM. Além destes recursos hídricos, a Capital conta, sobretudo, com as águas do Castanhão (da Bacia do Médio Jaguaribe), que hoje tem somente 22,50% de sua capacidade de armazenamento preenchida, para garantir o abastecimento.

O Açude Tijuquinha, que também integra a bacia da RM, passou de 9,24% no início de 2015 para 100%, atualmente, com 974.000 m³ de água armazenada. Já o Batalhão, que compõe a Bacia dos Sertões de Crateús passou de 13,21% no começo de 2015 para preenchimento total de 1.550.000m³ de água.

Bacias

Apesar dos 149 açudes monitorados pela Cogerh terem alcançado a média de armazenamento de 20,24%, a situação ainda é complicada. Este é o pior índice de acúmulo dos últimos dez anos. Das 12 bacias hidrográficas monitoradas em todo o Estado, apenas as do Litoral, Coreaú, Acaraú, Sertões de Crateús, Curu e a Metropolitana apresentam, hoje, cenários mais positivos do que os registrados no início de 2015,pois aumentaram a quantidade de água com ocorrência da quadra chuvosa. Em todas as demais, o volume registrado atualmente é inferior aos verificados em janeiro.

Dentre as bacias hidrográficas cearenses, a que hoje apresenta a melhor condição é a do Alto Jaguaribe, com 38,21% de água armazenada, nos 23 açudes. Já a do Baixo Jaguaribe, composta pelo Açude Santo Antônio de Russas, é a que tem a pior condição, com apenas 1,68% da sua capacidade de armazenamento preenchida.

A Bacia dos Sertões de Crateús, que atualmente tem 5,33% de sua capacidade preenchida, no início de 2015 tinha o cenário mais alarmante com um acumulado de apenas 0,60% da sua capacidade total que é de 450.077.943m³. Esta bacia abriga a Barragem do Batalhão, que é um dos recursos hídricos que já sangrou em 2015 no Ceará.

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