Fortaleza registra 132 mil cães e gatos abandonados

Castração e campanhas de doação de animais estão entre as medidas para solucionar o cenário

Escrito por Redação ,
Foto: Foto: Thiago Gadelha

Os animais domésticos estão em muitos lares fortalezenses. Cerca de 425 mil formam o ambiente familiar onde recebem alimento e cuidados afetivos. Na contramão, 132 mil cães e gatos estão vivendo nas ruas ou em situação de abandono, sendo maltratados, conforme a titular da Coordenadoria Especial de Proteção e Bem-Estar Animal (Coepa), Toinha Rocha.

“Quem abandona os animais são os tutores que se sentem proprietários e não levam para vacinar ou para consulta. Quando o animal envelhece, adoece ou procria, eles abandonam”, analisa a coordenadora. Entre os espaços que concentram os bichos negligenciados, ela cita universidades, cemitérios, lagoas como a da Parangaba e da Messejana.

Heloísa Andrade, moradora do bairro Vila Velha, percebe diversos pontos de desamparo de animais na região. “Hoje, se tiver ração, aparecem vários animais, que não são cuidados”. Na comunidade, Heloísa diz que alguns são contrários aos abrigos improvisados que se formam, mas que outros se comovem com a situação e levam água e comida. Ela conta que os voluntários destinam parte do orçamento pessoal para custear cuidados com cães e gatos. “A solução que eu acho que deveria ter é a construção de espaços que possam receber esses animais e aumentar as castrações”, aponta.

Ações
Há quase um ano, Fortaleza conta com uma unidade específica para analisar os crimes contra a natureza. Hugo Linard, delegado titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), explica que “o abandono de animais pode repercutir no âmbito penal. A Lei de Crimes Ambientais, no artigo 32, prevê duas condutas de maus-tratos”, detalha. Linard explica que denúncias podem ser feitas presencialmente ou encaminhadas, de forma anônima, por telefone ou por e-mail. Em seguida, uma equipe da delegacia pode apurar a informação e, se for o caso, encaminhar à Justiça. O delegado destaca que os profissionais recebem formação ambiental contando, inclusive, com biólogos.

Para Linard, a questão do abandono animal deve ser uma preocupação da sociedade por abranger diversos setores, desde a saúde pública até o trânsito, pois o animal pode ser atropelado ou ocasionar um acidente. O titular da DPMA destaca que há a necessidade de educação ambiental e de um olhar mais sensível para a causa ambiental. “Quem se propõe a cuidar de um animal tem de estar ciente das suas necessidades”, ressalta.

Controle
O Serviço de atendimento médico-veterinário da Prefeitura de Fortaleza, VetMóvel, realizou a castração de cerca de 4 mil animais, entre junho de 2018 a julho deste ano. Além disso, o caminhão leva vacinação, palestras e campanhas de adoção para os bairros da Capital. “Todos os dias surgem novos pontos de abandono. Tem de ter educação e fiscalização”, reflete a titular da Coepa, Toinha Rocha, sobre os desafios para combater a prática.

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