Feira da Parangaba deve mudar de local neste ano

Os feirantes vão trabalhar do outro lado da lagoa. As intervenções devem começar em 30 dias

Escrito por Redação ,

Uma das feiras mais simbólicas de Fortaleza, a Feira da Parangaba, vai ganhar novo endereço. Os feirantes vão trabalhar do outro lado da lagoa. As intervenções na região devem começar nos próximos 30 dias. A reforma visa requalificar e reordenar a região. O prefeito Roberto Cláudio, acompanhado da secretária da infraestrutura de Fortaleza, Manuela Nogueira, apresentou ontem, no Ginásio Poliesportivo da Parangaba, o projeto ao feirantes. As intervenções previstas na região já estão licitadas e incluem a urbanização de uma área de 60.757,30 m².

O projeto prevê a construção de novas calçadas, ciclofaixa, brinquedopraças, pista de cooper e skate, paisagismo com o plantio de árvores e criação de jardins, além de serviços de pavimentação, instalação de nova iluminação e substituição de pisos. Atualmente, na área onde funcionará a nova feira, é possível encontrar vegetação nativa e várias espécies de lagartos e pássaros. As ruas Pedro Muniz e Rua Joaquim Moreira são as vias que percorrem a área do novo equipamento. A região também é utilizada ilegalmente para abandono de cães e gatos. Várias caixas estão espalhadas na região com os animais.

Referência

Carros, roupas, pássaros e comida em geral. Todo domingo, a Feira da Parangaba oferece diversos itens de venda. Segundo o prefeito, os feirantes aguardavam por mudanças há 30 anos. "A Lagoa da Parangaba é um dos centros de referência para lazer em Fortaleza e nós acreditamos que, com a revitalização, teremos um grande centro de ocupação qualificada do espaço público da Cidade", afirmou.

O chefe do Executivo municipal salientou que o projeto inteiro será apresentado aos moradores e comerciantes da região, destacando que deve "garantir tranquilidade aos feirantes porque todos vão ganhar com uma nova feira organizada e bem estruturada", declarou o Prefeito. Com investimento de aproximadamente R$ 6 milhões, as obras terão duração de 12 meses, sendo divididas por regiões.

Na área norte, será construído um píer, que permitirá uma melhor visualização da Lagoa, além de áreas verdes e pequenas praças que envolvem o entorno. A área oeste terá uma praça, dotada de diversos equipamentos para esporte e lazer, como quadra poliesportiva, pista de skate, academia ao ar livre e parque infantil. Já a área leste do manancial será destinada à realização da Feira da Parangaba.

O local receberá serviços de urbanização, oferecendo um espaço mais organizado e adequado para a atividade. Neste mesmo trecho está previsto uma área para prática de esportes diversos, com a instalação de um campo de futebol, quadras de vôlei de praia, assim como pracinhas e quiosques de alimentação (quatro), convivência (cinco) e banheiros (quatro). Por fim, ao sul da Lagoa, o projeto destaca a instalação de uma ciclofaixa contornando a lagoa, além de duas quadras de vôlei de praia e uma miniareninha com grama sintética.

Ordenamento

Ivoneide Sousa, 47, trabalha há 25 anos com o comércio de roupas aos domingos na Feira. Ela conta que o desorganização afeta diretamente nas vendas. "A gente tenta trazer muitas peças de roupas. Conseguimos vender boa parte, mas muita gente acaba passando e pegando sem a gente ver. Tem poucas bancas e o local é apertado".

Para garantir a permanência dos feirantes que já trabalham na área, a Prefeitura concedeu 1.100 Termos de Permissão de Uso aos permissionários, que foram recadastrados pela Regional IV, neste ano. "É importante destacar que a feira não irá acabar durante as intervenções. Iremos iniciar as obras construindo um espaço onde os feirantes irão trabalhar até que o local definitivo esteja 100% pronto, incluindo os banheiros tão reclamados pelos feirantes da Parangaba", destacou Manuela Nogueira, secretária de Infraestrutura.

Para o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, as intervenções são positivas, desde que sejam realizados antes etapas que viabilizem e monitorem a fauna e a flora. "O primeiro ponto está relacionado à retirada de todas as construções irregulares do circuito de lagoa. Aterros, esgotamento, ocupações e edificações estão dentro da lagoa e no leito sazonal", explica Meireles.

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