Exposição de Pierre Verger chega ao Museu da Fotografia

Uma mostra dos 62 mil negativos do fotógrafo chegou à capital cearense com a exposição "Orixás", no Museu da Fotografia Fortaleza, neste sábado (12). A exposição traz 65 obras que ficarão expostas para visitação gratuita até fevereiro

Escrito por Redação , metro@verdesmares.com.br

Lembranças e lendas passadas de geração a geração na cultura afro-brasileira, para sempre registradas em fotografias sobre as quais é preciso se demorar. O olhar do fotógrafo francês Pierre Verger em 65 obras está disponível na exposição "Orixás", inaugurada neste sábado (12), no Museu da Fotografia Fortaleza.

A exposição é composta por detalhes de entidades e rituais de aspectos religiosos do candomblé. Pierre Verger passou grande parte da vida em Salvador, e é de lá que vêm as fotografias que se remetem ao que o artista viu também no continente africano.

Inovação

A "Orixás" tem ainda como novidade o complemento de informações sobre as obras por meio de QR codes que contam também com audiodescrição. "Não é somente um 'plus'. Nossas exposições não são somente visitação, são parte do processo educacional para o social", comenta a coordenadora geral, Fernanda Oliveira.

Na estreia da exposição, a mulher considerada um "patrimônio vivo" da Fundação Pierre Verger, e parceira do fotógrafo, Dona Cicí, apresentou um pouco do que viveu com o artista.

Cinco de agosto de 1946, na Bahia, ele chegou lá, seduzido por Jorge Amado e como filho do Orixá de minha mãe". 

Cerca de 90% das fotografias estão presentes no livro de mesmo título, que contém mais de 250 obras do autor. O espaço no museu esbanja branco, vermelho, preto, e fontes que funcionam como uma imersão nas páginas. "Não foi uma curadoria difícil. O que colocamos a mais, umas sete fotos, diz respeito a características gerais da religião, com uma forte poesia, no que consideramos a segunda fase de Verger, quando ele conheceu o Candomblé", anuncia o curador da exposição, Alex Baradel.

Guardando todos os QR codes que pôde, a advogada Carol Sobreira foi levada pelo tema. "Já fui diversas vezes a Salvador, e agora dia 2 de fevereiro pretendo ir pela primeira vez ver a Festa de Iemanjá. Estou indo pra ver como é, eu, que me considero ateia, mas que tenho muito apreço pela fé", declara.

Pierre Verger faleceu em 11 de fevereiro de 1996, em Salvador. Em 2018, a Fundação criada pelo próprio artista completou 30 anos. "Tudo criado e cuidado por ele mesmo", revela o atual presidente da Casa,Gilberto Pedreira. A exposição está disponível até fevereiro, com duração de, em média, dois meses.

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