Espigões de Fortaleza devem receber, até dia 30, estudos para reverter desgastes

Locais estratégicos para o contato com o mar de Fortaleza, os equipamentos têm ocupação mal distribuída durante o dia, com esvaziamento em determinados horários, e acumulam queixas quanto à falta de manutenção

Escrito por Thatiany Nascimento , thatiany.nascimento@diariodonordeste.com.br
Legenda: Lugares de encontro e contemplação, os espigões passam por constantes problemas ligados à sujeira e à degradação
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

Os espigões da orla de Fortaleza são pontos de encontros. Seja com o mar e a beleza de apreciá-los, seja com os demais visitantes que partilham do momento. Com concentração de visitantes nos fins de tarde, os equipamentos, há anos, guardam a contradição de, ao mesmo tempo, serem espaços privilegiados de encontros e contemplação do mar e seguirem degradados.

A Prefeitura alega que há manutenção permanente, mas as queixas e as condições nos locais evidenciam outra frequência. Um edital para a concessão de dois espigões à iniciativa privada foi lançado neste ano pelo poder público. Nesta semana, estudos sobre a viabilidade da proposta devem ser entregues pelas empresas interessadas.

Apesar dos desgastes, há também quem vá aos espigões para ver o pôr do sol. Pescar. Sentar para conversar. Aproveitar a brisa. Atividades diversas que, apesar da condição degradada dos equipamentos, seguem atraindo fortalezenses e turistas. Resistentes à sujeira e à falta de manutenção nos espigões, os visitantes buscam contato com o mar, garantido pelos 640 metros, 270 metros e 245 metros, que adentram as águas, respectivamente, no espigão da João Cordeiro, da Rui Barbosa e do Náutico.

"Gosto de caminhar de um espigão a outro, mas a sujeira é visível, no da João Cordeiro a madeira está quebrada, tem lixo e ainda tem muitos ratos andando nas pedras", relata o militar Luís Carlos Frederico.

Proteção

Para o analista de sistemas Alexandre Ramos e a assistente fiscal Débora Duarte, a situação é menos incômoda, mas não menos grave. Uma das reclamações do casal, que diz utilizar, sobretudo, o Espigão do Náutico, é falta de proteção entre a estrutura e as pedras que circundam o local.

Lixo, madeiras quebradas e luzes apagadas marcam os espigões da Rui Barbosa e da João Cordeiro. No Náutico, que não tem o gradil de madeira, há o agravante do aspecto de obra inacabada, inclusive com 20 colunas erguidas no início e no meio do equipamento, sem função definida. "Nós íamos caminhar pelo espigão, mas como tem umas luzes apagadas e não tem tanta gente à noite, achamos melhor só andar lá pela manhã", conta o turista de Natal (RN), arquiteto Isaac de Oliveira, acompanhado pela esposa Lúcia Santos e o filho de 3 anos.

Em nota, a Secretaria Regional II informou que a Prefeitura realiza, por meio da própria Pasta e também da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, trabalhos de manutenção diariamente nos equipamentos da Rui Barbosa e do Náutico, como varrição, capinação, coleta de resíduos sólidos e, periodicamente, faz a manutenção dos espaços com pintura de meio-fio, reposição do piso e revisão da iluminação pública.

Em abril deste ano, a Prefeitura lançou um edital para a concessão desses dois espigões à iniciativa privada. O prazo de concessão é de 20 anos. As empresas terão que desenvolver estudos de viabilidade operacional, econômico-financeira, jurídica e de engenharia e arquitetura. A data de entrega desse estudo é o dia 30 deste mês. A Prefeitura deve selecionar três estudos de três empresas por espigão. Após esse processo, o edital de concessão será lançado.

Desde 2018 também é projetada a concessão do espigão da João Cordeiro, para a iniciativa privada, cuja empresa vencedora deve estruturar uma roda-gigante no local. Mas, até agora, não houve ainda um desfecho formal para esta possível concessão. Procurada, na última sexta-feira (21), a Regional II não detalhou o processo e informou que a iniciativa é alinhada com várias outras secretarias.

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