Escolha do médico deve ser criteriosa

O segmento da cirurgia plástica injeta, anualmente, em clínicas e hospitais, aproximadamente R$ 4 bilhões, além de crescer 10% ao ano

Escrito por Redação ,

O culto ao corpo, unido a uma padronização da beleza e somado ao aumento do poder aquisitivo da população brasileira são alguns dos fatores que podem explicar o crescente número de casos de cirurgias plásticas no País, que põem o Brasil na segunda posição mundial - atrás apenas dos EUA -, conforme dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética (Isaps). Este cenário próspero, no entanto, eclipsa uma série de pontos que devem ser levados em consideração antes de se realizar o procedimento cirúrgico. O principal deles, a escolha correta e atenta do profissional.

A prisão de Denis Cesar Barros Furtado, que se apresentava como Dr. Bumbum, realizada pela Polícia do Rio de Janeiro, no mês passado, trouxe novamente à tona os questionamentos acerca dos cuidados inerentes à cirurgia plástica. O médico foi indiciado pela morte da bancária Lilian Quezia Calixto, que se submeteu a procedimento estético e teve complicações graves horas depois. Na última terça-feira (21), a Polícia prendeu na Capital cearense, uma mulher suspeita de aplicar golpes em menos 50 vítimas no Ceará, que buscavam realizar cirurgias plásticas.

Embora a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Estado não possua dados específicos acerca da quantidade de crimes ligados a cirurgias plásticas, espera-se que, com a divulgação destes casos, mais vítimas procurem a Polícia para denunciar possíveis irregularidades. Isso porque o Ceará desponta como um dos estados que acompanham essa crescente. Em julho, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o número de procedimentos cresceu cerca de 40%.

O segmento injeta, anualmente, em clínicas e hospitais, aproximadamente R$ 4 bilhões, além de crescer 10% ao ano. Conforme a SBCP, em 2016 - ano do último levantamento - foram 1.475.435 procedimentos cirúrgicos, dentre os quais, 839.288 estéticos, o que representa 57% do total. Em 2014, foram 774.569 cirurgias plásticas e, em 2009, 459.170. A maior demanda continua sendo o implante da prótese mamária (288.597), seguida por lipoaspiração (229.700) e dermolipectomia abdominal 229.512.

A Insight Assessoria e Pesquisa realizou um estudo, no ano passado, para saber a impressão dos brasileiros sobre temas relacionados à cirurgia plástica no Brasil. Cerca de 73% das pessoas que pensam em realizar uma cirurgia plástica relataram que têm receio do procedimento. Os índices também apontaram que 55% dos que querem fazer cirurgia temem a capacidade do profissional, e que 38% desconfiam da qualidade do procedimento.

Pesquisa

De acordo com o corregedor do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Vinagre, há formas de garantir um profissional adequado para o procedimento desejado. "O cuidado principal é procurar informações sobre esse médico, que podem ser feitas de várias formas; porém, a mais segura é pesquisar junto ao Conselho de Medicina", explica, ao assegurar que, por meio do nome, aparecem inscrição e o registro da especialidade requerida.

Outra forma, menos formal, seria a partir de informações provenientes de médicos já conhecidos do paciente, "mas sem ficar preso às informações que vêm de redes sociais, que nem sempre são dignas de confiança", pontuou o corregedor do CFM. Conforme José Vinagre, há proliferação de informações de qualidade médica em razão da quantidade de seguidores nas redes. "Não é porque ele tem seguidores, que isso significa que ele é bom medico, ético e bem formado", salienta.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.