Emcetur enfrenta problemas estruturais

Dois museus situados sobre as lojas de artesanato do prédio encontram-se atualmente desativados

Escrito por Redação ,
Legenda: De acordo com a Secretaria do Turismo do Ceará (Setur), a reforma do Centro ocorreu há dez anos, sendo entregue em 2010. Os reparos tiveram um investimento de R$ 1,9 milhão e não há previsão de nova obra
Foto: FOTO: SAULO ROBERTO

Promessas de reforma circulam pelos corredores da Empresa Cearense de Turismo (Emcetur) junto com os visitantes que chegam de outros estados, e até mesmo de outros países. Além disso, dois museus que pairam sobre as lojas, recheadas de vestuário, artesanato e itens da culinária local, encontram-se desativados.

A edificação, que carrega a palavra "turismo" em seu nome, conta atualmente com problemas estruturais incomuns a um ponto de visitação que deveria servir como um "cartão-postal" da cidade. O elevador, que serve para auxiliar pessoas com problema de locomoção, não é utilizado, pois leva ao andar de cima - onde ficam os dois museus - de Arte Popular e da Mineralogia -, que não estão funcionando; e o forro do banheiro masculino, que continua caído, mesmo após anos do incidente.

A situação preocupa Raimundo Quixadá, um dos fundadores que até hoje atua na Emcetur. "Quando tinha os museus, os turistas levavam boas lembranças quando saíam daqui. Agora, eles veem coisas irregulares e muita sujeira", revela Quixadá, como é conhecido, proprietário de uma das lojas, há 45 anos.

O comerciante denuncia os pontos que considera os mais críticos do equipamento. "No banheiro dos homens, o forro está caído há vários anos. As paredes internas e externas estão totalmente sujas. Os postes daqui, praticamente, todos caíram".

Uma outra reclamação que o lojista menciona é o modo como funciona o estacionamento de veículos da Emcetur.

Impossibilitado

Ele conta que, por não ser rotativo, muitas pessoas chegam ainda no começo da manhã, deixam os automóveis e saem para outros lugares. Desta forma, o uso do equipamento fica impossibilitado para funcionários e clientes do local. "Esse estacionamento não é pago, não é de graça, não serve para ninguém, e serve para todo mundo. Não se cobra, nem deixa cobrar. Não toma de conta, e nem deixa ninguém tomar", reclama Raimundo Quixadá.

O presidente da Associação dos Lojistas da Emcetur, Luiz Carlos Bezerra, foi procurado pela equipe de reportagem, entretanto preferiu não se pronunciar sobre o assunto em questão.

Setur

De acordo com a Secretaria do Turismo do Ceará (Setur), a reforma do Centro de Turismo ocorreu há dez anos, sendo entregue em 2010. Os reparos tiveram um investimento de R$ 1,9 milhão. A instituição declarou que, por enquanto, não há previsão de uma nova reforma.

Ainda conforme a pasta, a gestão dos museus está em fase de transição da Setur para a Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), que tem um corpo técnico habilitado para conduzir melhor o gerenciamento dos equipamentos. A Setur afirmou que durante o período de transição, os acervos estão guardados em uma sala reservada que é controlada pela entidade.

Questionada sobre o fluxo de visitação diária no local e a movimentação que este proporciona à economia regional, a instituição alegou não dispor das informações e que estas poderiam ser obtidas com a Associação dos Permissionários. Em relação ao estacionamento, a Setur informou que opta por deixá-lo como cortesia para os clientes, já que, segundo o órgão, o impacto financeiro é irrelevante. (Colaborou Samuel Pinusa)

Fique por dentro

Prédio foi planejado para ser cadeia

 

Idealizado pelo engenheiro Manuel Caetano de Gouveia, em meados dos anos 1850, o prédio da Empresa Cearense de Turismo (Emcetur) foi planejado para ser a Cadeia Pública de Fortaleza, local onde ficariam abrigados os presos oriundos dos xadrezes que ficavam embaixo da Casa da Câmara, na Rua Floriano Peixoto. Estes foram realocados 17 anos depois para a nova penitenciária. Em 1967, a Cadeia Pública de Fortaleza começou a ser desativada por conta da construção do Instituto Penal Paulo Sarasate, que viria a ser inaugurado alguns anos mais tarde, após ser reformado.

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