Direitos e conquistas femininas dão tom a evento do SVM

Convidadas compartilharam ideias, conquistas e desejos em evento transmitido ao vivo pelo site do Diário do Nordeste

Escrito por Darley Melo , darley.melo@tvdiario.tv.br
Legenda: Convidadas compartilharam ideias, conquistas e desejos em evento transmitido ao vivo pelo site do Diário do Nordeste
Foto: Foto: José Leomar

Quatro mulheres, um único discurso. O empoderamento feminino foi o tema central do debate que busca por soluções para problemáticas seculares e que agora precisam de voz, de coragem e engajamento para serem resolvidas.

A violência de gênero é uma delas, foi o que explicou a titular do Juizado da Mulher de Fortaleza, Rosa Mendonça: "a violência contra a mulher não tem barreiras, não tem classe social, está em todos os espaços". Para a juíza, apesar dos avanços com a criação da Lei Maria da Penha e tantas outras como a Lei do Feminicídio e da Importunação Sexual, ainda há muito o que avançar. "Nós estimulamos as mulheres a falar, a denunciar, mas que garantia damos a elas? É preciso avançar nos serviços, no acesso e na qualidade deles", complementou.

A qualidade do serviço passa necessariamente também pelo acolhimento das vítimas de violência, sejam elas físicas ou psicológicas. A psicóloga Natália Martins trouxe para o debate a experiência de 23 anos do Projeto Comunitário Girassol, que atende mulheres vítimas de violência doméstica, no Bom Jardim. De acordo com a especialista, pesquisas apontam que até 2020 a depressão vai ser o pior problema do mundo, portanto é preciso prevenção.

"Quando a mulher vem de uma violência, ela quer um amparo, um acolhimento. E quando ela encontra esse apoio, ela respira aliviada. E consegue passar por essa fase com mais facilidade", avalia a psicóloga.

Outro tema marcante e discutido pelas quatro convidadas durante o debate, mediado pela jornalista Gabriela Dourado, foi a luta contra o preconceito e o posicionamento da mulher negra na sociedade. Negra, Luíza Nobel utiliza a arte como garantia de direitos iguais. Nas discussões, a cantora detalhou experiências pessoais que deixam claro como o preconceito ainda é forte. "A desumanização da mulher negra é tremenda até hoje. Se enxerga a mulher negra apenas como mulher de força, hipersexualizada..." e complementou: "quando a gente se junta, mostra as questões umas das outras, é uma potência muito grande. A gente consegue enxergar como as pessoas se sentem dentro da sociedade e unimos forças" explica Nobel.

Educação

A luta de Luíza é a mesma da escritora Tânia Dourado, que declara: "assim como o machismo, o racismo está entranhado nas estruturas da nossa sociedade. A gente precisa desconstruir o discurso".

Tânia acredita no poder transformador da educação contra o preconceito. Para ajudar nesse processo, iniciou o projeto "Um vestido para Tutti". No livro, a linguista fala sobre moda, identidade e empoderamento em um contexto de miséria e abandono. "Esse é um projeto amplo, multidisciplinar que trabalha o empoderamento da menina negra em vários segmentos da sociedade. Às vezes, eu perco a fé nos adultos, mas acredito nas crianças. Acho que elas podem mudar as próximas gerações" finalizou.

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