Diminuição de ônibus é discutida

Escrito por Redação ,
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Soluções para o bairro foram discutidas, ontem, no Fórum Viva Centro. Região tem o mesmo projeto há 133 anos

Hoje com mais de 2,4 milhões de habitantes, Fortaleza sofre por manter, no Centro, o mesmo projeto urbanístico de 133 anos atrás. Foi em 1878, quando o arquiteto Adolfo Herbster projetou as vias e passeios que ainda são vistos no bairro. O controle do fluxo de pedestres e veículos se torna mais desafiador à medida que a cidade cresce, e é a falta de planejamento o problema mais apontado. O assunto foi discutido, ontem, no Fórum Viva Centro.

Para especialistas, é preciso livrar a região de tantos ônibus. José Sales Costa Filho, vice-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil - departamento Ceará (IAB-CE), defende que exista um órgão que pense, especificamente, em soluções para o Centro da Capital.

As estreitas calçadas são disputadas por pedestres e vendedores ambulantes, e as ruas, também apertadas, não são suficientes para comportar a imensa quantidade de carros. Como se não bastasse, as normas de trânsito parecem ser ignoradas em algumas ruas.

Ademar Gondim, diretor presidente da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), diz que as soluções mais emergenciais são conter a entrada de ônibus metropolitanos na região e efetivar corredores exclusivos ou prioritários para ônibus que cortam o Centro no sentido oeste-leste.

"É preciso barrar os ônibus antes que eles entrem no Centro para facilitar o fluxo interno. E, para diminuir o tempo de tráfego de algumas linhas importantes que cortam o Centro, como, por exemplo, os que ligam os terminais Antônio Bezerra e Papicu, nós planejamos fazer corredores de fácil acesso", diz ele.

O diretor presidente também lembra da linha central, que foi implantada para circular apenas no Centro. Ele diz que "um ponto importante é que o usuário pode integrar seu trajeto com vans através da complementação tarifária e integração temporal". A tarifa da linha é de R$ 0,40 (inteira) e R$ 0,20 (meia). A linha central funciona até às 20h nos dias úteis e até às 16h aos sábados.

Apesar disso, alguns moradores ainda desconfiam dos benefícios de conter a circulação de ônibus no Centro. É o caso da dona de casa Lieuda Machado, de 68 anos. Ela teme ter de andar mais se os veículos pararem mais distante. "A gente já anda muito do jeito que está, imagine se distanciar mais. Não sei qual solução daria para o problema", afirma, confusa, a dona de casa.
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