Dengue causa 1ª morte no CE

Escrito por Redação ,
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Há, ainda, seis óbitos em investigação: dois em Fortaleza, um em Baturité, um em São Gonçalo e dois em Sobral

Confirmada a primeira morte, este ano, em decorrência de complicações causadas pela dengue no Ceará. O óbito foi registrado no município de Itapipoca e divulgado no último boletim semanal da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). No ano passado, dez pessoas morreram vítimas de dengue hemorrágica no Estado.

O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde do órgão, Manoel Fonseca, disse que ainda não tem detalhes sobre o sexo e a idade da vítima. Segundo ele, estão sob investigação as outras mortes notificadas no Estado, de possíveis vítimas de dengue hemorrágica. “Até agora, confirmamos apenas o caso de Itapipoca”, disse.

De acordo com o boletim da Sesa divulgado na última terça-feira, há ainda seis óbitos em investigação, de possíveis vítimas da dengue hemorrágica.

Destes, dois em Fortaleza, um em Baturité, um em São Gonçalo do Amarante e dois em Sobral. E os números não param de crescer. Em menos de uma semana, 16 novos casos desse tipo da doença foram confirmados no Ceará, subindo de 38 para 54 o número de pessoas picadas pelo Aedes aegypti que contraíram a febre hemorrágica. Um aumento de 42,1%, em relação ao boletim do dia 14.

Redenção ultrapassou Fortaleza em casos de dengue hemorrágica, com 14 pessoas apresentando os sintomas da doença. Na Capital, 13 casos já foram confirmados. Caucaia e Itapipoca aparecem na terceira e quarta posições, respectivamente, com sete e seis casos. Também foram confirmados quatro casos de FHD em Russas, três em Maracanaú, dois em Quixadá e um caso nos municípios de Umirim, Eusébio, Aracoiaba e Tauá, cada.

Conforme o boletim da Sesa, já foram confirmados 48 casos de dengue que evoluíram para complicações, sendo 25 em Fortaleza, oito em Caucaia, seis em Itapipoca (incluindo o óbito), quatro em Redenção e um caso, cada, nos municípios de Aracoiaba, Paraipaba, São Gonçalo do Amarante, Tauá e Quixadá.

Tipo clássico

Em relação à dengue clássica, em menos de uma semana, mais 520 pessoas foram atingidas pelo mosquito Aedes aegypti. Este ano, o Ceará já confirmou 4.079 casos do tipo mais simples da doença. No último dia 14, eram 3.559 casos positivos.

Observando o avanço dos casos de dengue em 109 municípios cearenses, o diretor do Hospital São José, Anastácio Queiroz, critica o método de combate ao mosquito adotado no Estado. Segundo ele, o número de casos continuará a crescer enquanto as autoridades públicas não matarem todos os focos do mosquito.

“Não adianta colocar o carro fumacê nas ruas para eliminar apenas o mosquito adulto. Se quisermos reduzir a incidência da doença no Ceará é preciso fazer um trabalho para eliminar os ovos e as larvas do Aedes aegypti”, argumenta o médico.

Com o aumento dos casos de dengue no Estado, o Hospital São José tem, em média, de 13 a 16 pacientes internados vítimas da doença, que, dependendo da gravidade, permanecem em tratamento por uma semana. Anastácio Queiroz alerta ainda o crescimento da doença entre as crianças e faz uma recomendação especial aos pais.

“Se a criança reclamar de dor forte no abdômen, é preciso levá-la ao hospital. Mesmo sendo dengue hemorrágica, se tratada à tempo, pode evitar o óbito do seu filho”, alerta o médico. Nos casos de dengue, acrescenta, a hidratação é muito importante. “É preciso tomar bastante líquido”, finaliza.

Suelem Caminha
Repórter

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