Consumo de água volta a crescer na Capital e Região Metropolitana

De julho a setembro desde ano, o volume médio por ligação passou de 10,55 metros cúbicos (m³) para 11,28 m³. O Consumo é o segundo maior do ano até o momento, perdendo apenas para o volume de água gasto em janeiro.

Escrito por Renato Bezerra , renato.bezerra@diariodonordeste.com.br

Após um padrão linear no consumo de água durante o primeiro semestre de 2018, voltou a crescer o gasto em Fortaleza e Região Metropolitana. De julho a setembro, o volume médio por ligação passou de 10,55 metros cúbicos (m³) para 11,28 m³, segundo dados da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). A variação representa um crescimento de 6,91%.

O total gasto foi o segundo maior do ano, atrás apenas do consumido de janeiro, com 11,59 m³ por ligação. Com uma instabilidade hídrica ainda em curso, segundo destaca o presidente da Companhia, Neuri Freitas, não é o momento para esse patamar de consumo, sendo o gasto mais próximo dos 10 m³ por ligação o mais ideal. "Continuamos com restrição hídrica. Tivemos uma melhora de chuvas esse ano, mas nas regiões centro e sul não foi tão bom. Precisamos continuar em alerta e segurar o consumo", afirma.

O crescimento, esperado para o período, conforme justifica o superintendente comercial da Cagece, Agostinho Moreira, decorre do aumento de calor nos últimos meses do ano, comportamento que historicamente se repete, segundo explica.

Entretanto, Moreira reforça a necessidade de manter a economia de água. "Precisamos disso para nos dar uma segurança maior. A recarga dos mananciais não foi satisfatória. Ainda não temos definição de como vai ser comportar a quadra chuvosa do próximo ano, então termos uma preocupação agora é prudente para que não tenhamos problemas mais na frente", diz.

Em novembro do ano passado, a Companhia havia emitido um alerta em decorrência do aumento de 8,15% no consumo entre os meses de agosto e setembro, quando o volume chegou a 11,80 m³.

Redução

Se levado em consideração apenas o mês de setembro deste ano, no entanto, o superintendente da Cagece aponta uma redução de 17% no consumo por ligação, se comparado ao mesmo período de 2014, quando o registrado foi de 13,52 m³. "Mas quando a gente observa a média de janeiro a setembro de 2018 com a média dos outros anos essa economia foi ainda maior, de quase 20%", acrescenta Agostinho Moreira.

Estratégias

Entre as estratégias de atuação no Estado que contribuiram na redução do referido mês, explica Agostinho, estão o reaproveitamento da água da lavagem do filtro da Estação de Tratamento de Água (ETA) Gavião, a perfuração de poços e, por parte da Cagece, a tarifa de contingência e o combate a fraudes e vazamentos no sistema, que findam no atual índice de perda de água, de cerca de 40%.

Nesse trabalho, destaca ele, a Cagece aumentou o número de equipes em campo e reduziu o tempo médio de retirada dos vazamentos para 8 horas. Ao todo, foram recuperados 334 l/s no combate às fraudes e 219 l/s na retirada de vazamentos, aponta a Cagece.

Reservatórios

Com baixa perspectiva de chuvas no período atual, o nível dos reservatórios cearenses reforça o alerta para a economia de água. Os 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) acumulam apenas 11,93% de sua capacidade total, de 18,62 bilhões de metros cúbicos (m³).

Apenas dois reservatórios estão com volume acima de 90%: o Germinal, em Palmácia e o Jenipapo, em Meruoca; outros 100 estão com volume abaixo de 30% e 25 atingiram o volume morto. Ainda conforme o balanço mais recente da Cogerh, 15 reservatórios permanecem secos.

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