Coletivos não possuem proteção individual

Escrito por Redação ,

De forma geral, os ônibus possuem alças e barras de apoio, "um mecanismo de fechar portas automaticamente quando eles estão em movimento, entre outros", segundo a Etufor, e dispositivos "anjos da guarda", que impedem que o motor dê partida se usuários estiverem "pendurados" ou parados nas escadas. Contudo, itens de veículos particulares, como cintos de segurança e encostos de cabeça, são inexistentes para passageiros sentados nos coletivos.

> Ônibus circulam com excesso de passageiros e não são multados 
 
Isso porque o CTB não exige os equipamentos, de acordo com o artigo 105, em linhas urbanas em que se é permitido viajar em pé. Para o consultor em segurança e educação no trânsito, Eduardo Biavati, há uma justificativa mais prática: "Em todo lugar do mundo, o sistemas urbanos são projetados para embarque e desembarque frequente; então seria muito ineficiente colocar e tirar o cinto a todo instante", descreve.

Ele aponta a natureza rápida do serviço, destacando que as paradas de ônibus ficam, em média, a 500 metros de distância uma da outra. Em 2014, a Prefeitura de Fortaleza redimensionou para essa distância os pontos nas vias com faixas exclusivas de transporte público. "Não dá nem tempo de acelerar. O veículo vai a 20, 30, no máximo, a 40km/h por hora", explica.

Outro item não obrigatório nos ônibus é o encosto para cabeça, que atenua o chamado "efeito chicote". Em colisões, o impacto na traseira de um veículo projeta os ocupantes do carro à frente. Assim, a coluna cervical, na região do pescoço, pode projetar-se para frente e, logo em seguida, para trás, trazendo riscos de lesões medulares.

Na ausência dos equipamentos, Eduardo bate o martelo: "O passageiro não tem o que fazer". A minimização de acidentes com os veículos, enfatiza, passa pelo controle eletrônico da velocidade aliado ao treinamento especializado dos motoristas. "O ideal seria todos viajarem sentados. Como isso não é possível, o limite seria de 30 a 40 pessoas em pé, mas, como tem muito sobe e desce, é difícil controlar", pontua o especialista.

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