Clube Náutico acumula dívida de R$ 65 milhões

De acordo com a entidade, a receita mensal é de R$ 280 mil, enquanto as despesas somam R$ 520 mil

Escrito por Redação ,
Legenda: O presidente do Náutico, Pedro Jorge Medeiros, reafirmou a intenção de pensar um projeto para restabelecer o equilíbrio financeiro do Clube
Foto: Foto: Thiago Gadelha

Em nota de esclarecimento publicada na imprensa durante o fim de semana, anunciando uma convocatória para as eleições do conselho deliberativo, o Náutico Atlético Cearense divulgou que acumula, atualmente, um dívida de aproximadamente R$ 65 milhões. De acordo com o comunicado, o Clube tem receita mensal de R$ 280 mil, enquanto as despesas somam R$ 520 mil.

"Há de se ressaltar que o Clube já chegou a ter marca de 15 mil associados, em seus tempos áureos, demonstrando um total contraste com os 1.500 associados atuais", acrescenta a nota. Para a diretoria, o decréscimo de membros se daria em virtude de mudanças "de costume e hábito da sociedade alencarina".

No texto da convocatória, o Clube também enfatiza um esforço da atual diretoria em "planejar uma estratégia operacional, econômica e financeira para enfrentar a grave crise e as inúmeras execuções fiscais em face do Clube", para garantir "uma sustentabilidade financeira para o futuro e a liquidação do débito tributário".

O presidente do Náutico, Pedro Jorge Medeiros, reafirmou a intenção de pensar um projeto que ajude a restabelecer o equilíbrio financeiro do Clube, mas explicou que qualquer decisão só poderá ser tomada após a eleição e a consequente posse do Conselho, prevista para o próximo mês de abril.

"Qualquer intervenção que tiver, será nas áreas remanescentes. Vamos preservar a parte histórica, que chamamos de Castelo, com o projeto do arquiteto Emílio Hinko, até porque é tombado pela Lei Municipal", garante o presidente.

Manutenção

Parte do Clube é protegida definitivamente pela Prefeitura de Fortaleza por meio do Decreto N° 13.038/2012, que compreende a parte mais antiga do equipamento. No entanto, a abertura do processo de tombamento em nível estadual foi rejeitado no dia 17 de janeiro, por dez votos a seis (além de três abstenções), pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural (Coepa).

O tombamento havia sido proposto pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) por meio de recomendação, em novembro de 2015, após receber a demanda da sociedade civil, considerando que o Clube constitui um patrimônio cultural material e imaterial da cidade.

Com o resultado, continua sendo possível realizar alterações no Parque Aquático e na área esportiva do equipamento, que teriam sido tombados caso a decisão do Coepa houvesse sido favorável. Segundo a nota da diretoria do Clube, "não há um conluio para macular ou destruir o Náutico Atlético Cearense, mas, por sua estrutura gigantesca, deve ser requalificada para o uso e o bem-estar da sociedade que ali frequenta".

Histórico

A primeira sede do Náutico - uma guarita de madeira - foi fundada em 1929, na então Praia Formosa, em terreno de Manuelito Borges, por um grupo de comerciantes fortalezenses interessados na prática esportiva. Em 1944, com a construção do Porto do Mucuripe, o mar avançou e destruiu a Praia Formosa, obrigando o grupo a procurar uma nova instalação.

Em 1952, ocorreu a inauguração do edifício com sede no Meireles, em dois terrenos que só foram unidos após o Náutico ceder uma parte à Prefeitura, já prevendo a abertura da Avenida Abolição. A cessão resultou na criação da Praça Matias Beck, na bifurcação entre as avenidas Abolição e Antônio Justa.

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