Circos-escolas atendem 500 jovens em Fortaleza

Cada uma das duas unidades, localizadas nos bairros Conjunto Palmeiras e Bom Jardim, atende 250 crianças e adolescentes. Além das atividades circenses, os educadores executam trabalhos voltados à formação cidadã dos jovens

Escrito por Barbara Câmara , redacao@diariodonordeste.com.rr

Sob a tenda listrada de amarelo e azul, todos são artistas. Em cada espaço do extenso terreno destinado ao Circo-Escola do Conjunto Palmeiras, jovens de 6 a 17 anos criam seus próprios palcos, exibindo habilidades com tecidos esvoaçantes ou equilibrando-se sobre as palmas das mãos.

No bairro, 250 crianças e adolescentes são beneficiados pela unidade, fundada em 1992. Outros 250 aprendem atividades circenses no circo-escola do bairro Bom Jardim.

"Hoje oferecemos malabares, monociclo, perna de pau, trapézio, lira, tecido, contorção... Ao todo são 13 atividades, de segunda a sexta-feira, nos períodos de 7h às 11h e de 13h às 17h", explica Galvânia Franco, 38 anos, coordenadora da unidade do Conjunto Palmeiras.

Apesar de os trabalhos com os jovens serem desenvolvidos durante a semana, o sábado é reservado para outro ofício da coordenação: telefonar para as casas dos alunos que faltaram às aulas e agendar visitas às famílias, para acompanhar a realidade dos jovens.

Galvânia ressalta a observação dos pais de alunos que, segundo ela, relatam como as atividades no circo-escola influenciam positivamente os trabalhos escolares. "Eles têm uma desenvoltura quando vão falar nas salas de aula, nas feiras que fazem nas escolas. Crianças mais tímidas começam a socializar aqui e perdem a timidez", diz.

Vínculo

As práticas artísticas não são, porém, a única abordagem no equipamento. O serviço de convivência e fortalecimento de vínculo são as principais ações do circo-escola voltadas à formação cidadã dos jovens.

"Estamos trabalhando o tema 'diversidade humana', e, dentro dele, desenvolvemos subtemas que são trabalhados com eles em sala, como cidadania, respeito às diferenças e às minorias, direito à liberdade de expressão", exemplifica a coordenadora.

A presença de celulares dentro das unidades é motivo de preocupação para os educadores. Lá, crianças e adolescentes são estimulados a guardarem os aparelhos em gavetas durante as atividades, focando em brincadeiras que requeiram a interação entre os colegas de turma.

Para Izaque, 7 anos, as atividades na tenda são sinônimo de liberdade: ele corre, pula, tenta se equilibrar em bancos, cai, mas sempre levanta. Com um aceno vigoroso com a cabeça, afirma o quanto gosta do circo-escola. "Ele se apresentou na última quarta-feira (31) no espetáculo La Belle, com os outros meninos. Ali, ele foi ele mesmo. Ele brilhou", conta Érica Lemos, 25 anos, coordenadora do ABC Conjunto Palmeiras, que oferece atividades complementares junto ao circo-escola.

Os equipamentos localizados no Bom Jardim e Conjunto Palmeiras são mantidos pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS). No dia 8 de novembro, a partir de 13h30, alunos de ambos os circos-escolas participarão da mostra de arte Ceará Travesso, no Teatro da Rede Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) do Mondubim. "Na segunda-feira (5), já começam os preparativos", adianta Érica Lemos.

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