Cidade e corpo em movimento

Escrito por Lygia Azevedo , lygia.azevedo@svm.com.br
Legenda: As pranchas do stand up são opções para ocupar a cidade por entre as águas
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

Dia morno, céu sem o brilho costumeiro ou as cores que se misturam. Se a vibração não vem do cenário, se encontra nas pessoas por ele preenchidas. Um dia qualquer da semana, da rotina corrida, mas "como quem quer dá um jeito", muitos jeitos e chances de fazer da cidade aquilo que ela tem de melhor: espaço de ocupação! E, mais vantagem ainda, se for para, com isso, colocar o corpo em movimento, distrair a mente e ao mesmo tempo se concentrar sem aquela preocupação calculada, que tanto pressiona.(escute a crônica no player abaixo)

A inquietação é com a bola na cesta, o gol de poucos centímetros, que não parece nada fácil de acertar; os movimentos em sincronia com a bola para colocá-la no chão, uma manobra radical, que faz o coração disparar... E por aí vai! As possibilidades e os estilos são muitos. A cidade que não para, muda! E rápido! Não é mais a mesma de um período nem tão distante. E andar por velhos pontos novos em tempos não visitados leva uma fortalezense "raiz" a descobrir costumes e modos de ocupar (quase) todos os espaços. Onde antes um perfil de público parecia dominar, agora é espaço de toda gente.

Natureza

Se os tempos são difíceis, encontrar lazer e esporte de graça, e em meio à natureza, parece ser a escolha de muitos. E não foi preciso ir muito longe para observar isso. Em uma rápida "voltinha" pela cidade, quase dez modalidades esportivas alcançaram a vista.

Uma rodinha improvisada de bobinho é a opção de quem coloca nos pés a alegria e encontra nos fundamentos do esporte mais popular do País, o desafogo. Criança, jovem, adulto, não importa. Manter a bola no ar é garantir a disputa num encontro de várias gerações.

Sobre as rodas da bicicleta ou do skate - opção um tanto quanto corajosa por exigir o máximo de equilíbrio ao driblar as adversidades dos obstáculos facilmente encontrados pelos caminhos -, o movimento vai além do esporte, é jeito de locomoção.

Em meio às areias por onde já passaram medalhistas olímpicos do vôlei de praia, pessoas de todas as idades se dedicam, seja pela rivalidade de um racha de amigos ou pelo vislumbre de futuro na modalidade se espelhando naqueles grandes campeões que também já ocuparam aqueles espaços.

Ali pertinho, o grande palco da cidade, onde os mais aventureiros se jogam nas braçadas que levam longe, não só da terra firme, do mundo real. Nadar nessa água que também cura e revigora é um dos mais completos esportes. E está ao nosso alcance. O palco é o mesmo para quem quer observar as belezas ao redor, na prancha do stand up. A força exigida para manter a remada e o equilíbrio firmes é até o reflexo do que se faz para não cair também pela vida, e seguir em frente.

Para todas as idades e perfis, ocupar a cidade é pertencer. É usufruir! Ver os espaços preenchidos com gente em movimento traz à tona um sentimento de uma Fortaleza a ser sempre descoberta, de estar onde se pode encontrar novas e velhas possibilidades e fazer parte do espaço. É ainda compartilhar o amor pelo esporte e pela cidade, em suas tantas e intensas modalidades.

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