Centro: unidades habitacionais devem ser lançadas neste semestre

A Pesquisa de Interesse Habitacional no Centro de Fortaleza, lançada pelo Comitê Novo Centro, deverá gerar uma amostragem de pessoas interessadas em residir nessa área da Capital, auxiliando a definir ações de intervenção

Escrito por Redação , metro@verdesmares.com.br

O sem-número de histórias e realidades que moldam o Centro de Fortaleza é suficiente para atribuir ao bairro uma qualidade semelhante à de uma cidade por si só. A 'cidade' dentro da Capital mescla passado e presente em cada esquina, não apenas na disparidade entre o comércio recente e as igrejas centenárias, mas no interior de prédios antigos que venham a abrigar novos moradores.

A partir da proposta de ampliar o setor residencial do bairro, lançada através do Comitê Novo Centro, o primeiro imóvel de unidades habitacionais deverá ser lançado até o fim do primeiro semestre deste ano, de acordo com a titular da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor), Olinda Marques. Com o objetivo de gerar uma amostragem de pessoas interessadas em residir no Centro, o formulário online da Pesquisa de Interesse Habitacional no Centro de Fortaleza estará disponível até o dia 14 de março. É possível acessar o documento através do Portal da Prefeitura, dentro do Canal Habitação e na plataforma do Fortaleza 2040.

Embora o bairro seja dotado de infraestrutura, segundo Olinda Marques, alguns dos 36 imóveis identificados como possíveis unidades habitacionais carecem de equipamentos como elevador e garagem. Apesar de serem bem localizados, os pontos "ainda não estão adequados".

"Estamos analisando quais as linhas de investimentos possíveis para requalificar alguns imóveis. Já estamos contatando alguns proprietários dessas construções. Queremos estimular as pessoas a morar e investir no Centro", ressalta.

Incentivos

A secretária afirma que a possibilidade de aplicar a Lei do Retrofit em Fortaleza está sendo estudada, a fim de revitalizar os edifícios antigos, preservando o patrimônio histórico ao mesmo tempo em que permite a requalificação para novos usos. Segundo ela, serão oferecidos incentivos tributários aos empreendedores que decidirem investir no Centro, modificando seus prédios de escritório para residenciais.

"Têm várias possibilidades. Tributos estaduais, IPTU, rapidez na emissão de alvarás de funcionamento e construção. Isso ainda está sendo estudado", explica Olinda Marques. Para quem preferir participar da pesquisa presencialmente, foram definidos quatro pontos em Fortaleza: o Observatório de Fortaleza, na Rua Major Facundo, nº 584; o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon/CE), na Rua Tomás Acioly, nº 840; a Secretaria Regional do Centro, na Rua Major Facundo, nº 907; e a Habitafor, na Rua Paula Rodrigues, nº 304.

Requalificação

Desde agosto do ano passado, quando foi lançado, o Projeto Novo Centro motivou a requalificação e ordenamento da Rua Guilherme Rocha, que recebeu novo piso e novas estruturas comerciais para os permissionários.

No mesmo período, deu-se a identificação dos imóveis com potencial para habitação, a exemplo de edifícios situados nas ruas General Bezerril e São Paulo.

Para Paulo Probo, 50, morador que participa de reuniões do Projeto Novo Centro, viver no 'coração de Fortaleza' é sinônimo de qualidade de vida. Estabelecido no bairro há 18 anos, o professor e guia de turismo valoriza a presença de equipamentos como o Theatro José de Alencar e o Cineteatro São Luiz. "São lugares onde sou auxiliado a educar meu filho. Tenho um menino de 7 anos, e usufruo muito dos equipamentos com ele e minha esposa", revela.

Dentre as vantagens de morar no Centro, o professor destaca a proximidade de instituições que "facilitam a vida prática". "Você pode se relacionar com pessoas das mais diversas naturezas sociais, econômicas e culturais, ter uma vida muito pulsante, ter pessoas passando o tempo todo, sempre em movimento", diz.

O ordenamento das calçadas e demais espaços públicos do bairro, porém, é um dos fatores a serem melhorados, bem como a limpeza. "O bairro não pode se transformar no Centro só do comércio ou dos ambulantes. Tem que ser para todos", destaca Paulo Probo. O transporte público também foi citado como um 'desafio'. "Sei que o bairro é bem abastecido por linhas, mas sentimos falta de uma conexão Centro-Praia do Futuro. Hoje, só existe uma linha de topique, mas não é a mesma coisa.

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