Cearense consome mais frutas e verduras do que industrializados

Na Capital e em outras regiões do Estado, a inclusão de produtos saudáveis na alimentação supera o consumo de guloseimas, segundo o Ministério da Saúde. Mas, apesar disso, a obesidade requer políticas de assistência e prevenção

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@diariodonordeste.com.br
Legenda: Manter hábitos alimentares saudáveis envolve questões sociais, incluindo o acesso e disposição dos produtos
Foto: Foto: Daniel Aragão

Celular numa mão, brigadeiro na outra, filme na televisão. Para muitos, a rotina de poucos exercícios físicos e muita alimentação desregrada é comum - para outros, o cenário tem mudado. No Ceará, 67% da população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) afirma consumir frutas regularmente, contra 35% que assumem ingerir "biscoitos recheados, doces e guloseimas". Os dados são do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde (MS), coletados entre 2015 e 2018.

Segundo o levantamento, 62% dos cearenses consomem verduras e legumes com frequência. Na Capital a taxa sobe para 66%. Apesar da boa tendência dos indicadores, Fortaleza ainda requer atenção quando entram em pauta os macarrões instantâneos, salgadinhos de pacote e biscoitos salgados: eles integram a rotina alimentar de metade da população. No Estado, 35% dos entrevistados mencionaram os industrializados.

Segundo avalia a pós-doutora em Saúde Coletiva e vice-coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Ilana Nogueira Bezerra, "o ideal é que toda a população consumisse diariamente alimentos saudáveis", e isso não é só questão de hábito. "Esse número mostra uma grande diferença em termos de acessibilidade ao alimento, seja por disponibilidade ou por preço. É uma questão social. Isso, junto ao grande marketing de alimentos superprocessados, ao acesso desigual a ambientes para atividades físicas e à educação, se associa ao aumento da obesidade na população".

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