CE é o 2º Estado do Nordeste em casos de dengue

Escrito por Redação ,
Balanço do Ministério da Saúde mostra também que, no ranking nacional, o Estado ocupa a 7ª posição

Apesar de os casos de dengue terem caído 47,9% em 2009 no Brasil, conforme balanço parcial do Ministério da Saúde divulgado no último dia 24, o Ceará ainda ocupa a segunda posição entre os estados do Nordeste do País e a sétima, no ranking nacional.

Com 13.334 casos notificados entre janeiro e 4 de julho deste ano, o Estado, na região, só perde para a Bahia, único nordestino que, em vez de redução, apresentou quase o triplo de notificações da doença se comparado ao mesmo período do ano passado.

No período de referência do balanço em 2008, o Ceará registrou 62.610 casos. Com essa marca, o Estado foi primeiro absoluto do Nordeste em número de notificações. Quase 22 mil casos a mais o distanciaram do segundo colocado, o Rio Grande do Norte, com 40.828 notificações em 2008. Vale ressaltar que, este ano, mesmo ainda amargando a segunda posição, o Ceará despencou para a marca de 13.334 casos da doença.

Para Manoel Fonseca, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), a situação está controlada e são cinco os motivos que levaram a essa condição mais confortável. Primeiro, a mobilização social em torno do combate à doença. "Igrejas evangélicas, colégios, Correios, todo mundo fazendo a sua parte para evitar a proliferação do mosquito". Além disso, a mídia, que, avalia Fonseca, atuou de forma eficaz na divulgação de medidas preventivas; o controle de ações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), especialmente o atelamento das caixas d´água; o uso dos carros fumacê; e a capacitação de profissionais da saúde.

Na avaliação do titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alex Mont´Alverne, o número ainda elevado de casos notificados se comparado ao restante do País pode estar associado, entre outras questões, a uma "preocupação excessiva" das autoridades de saúde locais na busca ativa de notificações.

"Houve casos em que só a avaliação clínica foi usada para notificar um caso, que, posteriormente, não foi confirmado", cita como exemplo. Ainda segundo Mont´Alverne, o risco de um novo pico epidêmico não deixou de existir por completo e que a população e o poder público não devem baixar a guarda.

O último informe semanal da dengue divulgado no dia 21 de agosto passado pela Sesa também aponta redução em relação ao número de casos confirmados da doença. Pegando como referência praticamente o mesmo intervalo de tempo de janeiro a julho deste ano e o comparativo com 2008, assim como fez o Ministério da Saúde em relação ao seu último boletim parcial, caiu de 43.031 para 4.373 o número de confirmações.

Os casos de dengue hemorrágica também sofreram importante queda de 2008 para 2009. De janeiro a julho deste ano, foram confirmados 18 casos de dengue hemorrágica no Ceará, contra 440 do mesmo período do ano passado.

Fortaleza continua absoluta em número de casos. Este ano, de janeiro a agosto, são 3.717 confirmações. Seguem a Capital os municípios de Altaneira, com 64 casos confirmados; Tamboril, com 60; Mombaça, com 59; e Morada Nova, com 51.

CASOS CONFIRMADOS
Fortaleza, a maior vítima da doença

A Capital cearense, tendo em vista características como contingente populacional, ainda é a que mais concentra o maior número de casos confirmados da doença. Apesar de Fortaleza, segundo Alex Mont´Alverne, apresentar um índice de infestação de 0,4 - menos da metade do que o Ministério da Saúde considera aceitável, que é de 1% -, o município registrou quase 34 mil confirmações da doença em 2008 e já concentra 3.717, este ano. Só no ano passado, concentrou cerca de 80% dos casos confirmados no Ceará.

Ainda de acordo com Mont´Alverne, a Capital conseguiu reduzir drasticamente o número de casos confirmados de janeiro a julho de 2009 em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 32.717 casos de janeiro a julho de 2008 contra 3.711 no mesmo período deste ano.

"Isso se deve a um número maior de agentes sanitaristas, as ações preventivas, participação relevante da mídia no tema, mobilização nas Secretarias Executivas Regionais (SERs), mudança para um agente larvicida mais potente", avalia.

LUDMILA WANBERGNA
REPÓRTER
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