Capital reduz em 99% casos de chikungunya e 94% de dengue

Também foram apresentadas as ações de combate ao vetor, Aedes aegypti, para o ano de 2019

Escrito por André Costa - Especial para Cidade ,

Por dois anos consecutivos, os casos confirmados de dengue e chikungunya caíram na Capital cearense. O balanço das arboviroses no primeiro semestre de 2018 foi divulgado na manhã desta sexta (24), durante a 28ª reunião do Comitê Permanente Intersetorial de Enfrentamento às Arboviroses, realizada no auditório do Paço Municipal. Durante o evento, também foram apresentadas as ações de combate ao Aedes aegypti - mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya - para o ano de 2019. Conforme o boletim, em 2018 houve redução de 94% em casos de dengue e queda superior a 99%, de chikungunya.

Em 2016, a Prefeitura registrou mais de 21 mil casos de dengue. No ano seguinte, este número caiu para 13.549 e, nos primeiros sete meses deste ano - período em que ocorre a maior incidência das arboviroses -, foram 815 casos confirmados. Em relação à chikungunya o número caiu de 61.708, no ano passado, para 468 casos em 2018. Embora ainda restem pouco mais de quatro meses para acabar o ano, os números devem se manter quase que inalterados. "Após o primeiro semestre, os casos de arboviroses diminuem, passando a surgir alguma confirmação só em casos bem pontuais, portanto já podemos afirmar essa redução significativa", observou o prefeito Roberto Cláudio.

A quantidade de mortes que havia crescido de 2016 para 2017, neste ano caiu, se comparado aos doze meses de 2017. Em 2016, foram 10 mortes decorrentes da dengue e 25 por chikungunya. No ano seguinte, a dengue havia causado 19 mortes na Capital e outros 144 pessoas morreram por decorrência da chikungunya, dentre as vitimas, 85.1% tinham 60 ou mais anos de idade. Neste ano, no entanto, o índice de mortalidade declinou. Foram cinco casos letais de dengue e nenhuma morte por chikungunya.

A Prefeitura atribuiu a significativa diminuição dos casos de dengue e chikungunya a cinco fatores: a diminuição da força de transmissão do sorotipo 1 (dengue); a ocorrência de duas epidemias recentes, o que dificulta a renovação do ciclo viral; condições climáticas desfavoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti; possível competência vetorial relacionada à circulação simultânea de três arbovírus; e a intensificação e fortalecimento das ações de combate às doenças pela Prefeitura, por meio das ações desenvolvidas pelo Comitê Permanente Intersetorial de Enfrentamento às Arboviroses.

O Comitê, instituído em 2017, reúne médicos, pesquisadores, especialistas em saúde pública e representantes de áreas intersetoriais da gestão. "Ele faz parte de uma medida inovadora adotada pela gestão municipal para o controle da dengue, chikungunya e zika, tendo sido premiado durante o Congresso de Secretarias Municipais de Saúde de todo Brasil, o Conasems", detalha a secretária da Saúde do Município, Joana Angélica Paiva Maciel.

Para o prefeito Roberto Cláudio, ainda que tenha sido registrada a diminuição vertiginosa nos casos das arboviroses, o trabalho deve ser contínuo, além de envolver a conscientização da população sobre as formas de evitar a proliferação do mosquito transmissor das doenças. "Mais de 80% dos criadouros do mosquito não estão na rua e sim dentro das residências. Se o proprietário não tiver essa consciência no combate frequente, a gente acaba baixando a guarda e logo pode ocorrer novamente a alta incidência de dengue, chikungunya e zika", ressaltou.

O coordenador de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Nélio Moraes, pontua a importância do engajamento de outras secretarias e de parcerias institucionais e destaca, dentre outras ações, o trabalho da remoção de lixo em pontos estratégicos da cidade. Neste ano, a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) já indicou o recolhimento de 48 toneladas de lixo em residências e realizou a remoção de 600 toneladas de pneus.

Embora tenha ocorrido uma redução de quase 95% nos casos de dengue em Fortaleza, Nélio faz coro ao alerta do prefeito Roberto Claúdio e enfatiza a vital importâncias das ações frequentes, sobretudo nas chamadas "áreas mantenedoras", regiões em que continuam sendo confirmados casos, como os bairros Bom Jardim, Cristo Redentor, Serrinha, Granja Portugal e Conjunto Ceará I.

Joana Maciel destacou, ainda, que as ações a serem realizadas a partir de agora e que se estenderão até o próximo ano, seguem um planejamento pautado em cinco diretrizes. "Atuamos de forma coordenada e direcionada. Para o planejamento do próximo ano, as ações foram pensadas a partir da densidade demográfica; índice pluviométrico; epidemiologia; entomologia; e abastecimento de água. Diante do levantamento dessas informações, conseguimos focar nas principais áreas da cidade e atuar de forma efetiva", explicou a secretária.

Como meta para 2019, Roberto Cláudio anseia que o quadro de redução seja mantido. "Sabemos o quanto é difícil diminuir um número que já está tão baixo. Mas nossa meta é manter as ações que estão dando certo e diminuir esse índice", finalizou.

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