Bairro Bom Jardim ganha cores e vida

O Mutirão conta com a parceria da organização Somos Um, do Instituto Nordeste Cidadania e das tintas HiperCor

Escrito por João Lima Neto - Repórter ,
Legenda: A ação Cante, Dance e Pinte o 7, desenvolvida no Bom Jardim, se vincula à Campanha da Fraternidade, que este ano propõe atividades de superação de todo tipo de violência
Foto: FOTO: THIAGO GADELHA

O cinza do cimento de casas da comunidade do Marrocos, no Bairro Bom Jardim, ganhou tons de azul, amarelo, verde e rosa. Em forma de reisado, um mutirão de cor acordou os moradores da Rua Sandra Regina Cavalcante, na manhã desse sábado, num convite para pintar os muros da vizinhança. O momento também serviu para iniciar um abaixo-assinado por asfalto, saneamento e iluminação na via. A iniciativa faz parte da ação de prevenção às drogas do Movimento Saúde Mental Comunitária (MSMC), projeto Sim à Vida, que tem co-financiamento da CBM e da União Europeia.

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O projeto envolve crianças e famílias de quatro áreas metropolitanas. Ao todo, são acompanhadas diariamente 450 crianças e adolescentes e seus familiares. A ação Cante, Dance e Pinte o 7 se vincula à Campanha da Fraternidade, que este ano propõe atividades de superação de todo tipo de violência. O Mutirão tem a parceria da organização Somos Um, do Instituto Nordeste Cidadania, das tintas HiperCor e da comunidade.

Padre Rino Bonvini, fundador do MSMC, explica que a ação junto com os moradores é o momento mais singelo de união entre os vizinhos. " Eles são cercados pela violência e pelas drogas. O Cante, Dance e Pinte o 7, iniciado nos anos 80, tem o significado de questionar, no dia 7 de setembro, que independência nós vivemos atualmente. "Estamos aqui para dizer que a vida é mais importante. Colorir significa trazer a esperança e a qualidade de vida que não existe. Estamos em um tempo de exclusão. Isso vem de choque contra".

Sobre políticas públicas na região, o religioso explana que a ausência de asfalto, esgoto e saneamento são visíveis "Nossa ação também tem caráter político. Estamos pedindo ao poder público que possa garantir um melhor espaço público, digno de viver", conclui Bonvini.

Diálogo

Por meio da abordagem sistêmica comunitária, os membros do MSMC ajudam os moradores a desenvolver a autoestima saudável e a encontrar o caminho da autorrealização, por meio do trabalho ou estudo, mesmo vivendo em situações de pobreza e marginalização.

Maria da Silva Araújo, 85, mora há sete anos na comunidade do Marrocos. Anteriormente, vivia com a família no bairro Bom Sucesso. Por problemas financeiros, deixou a antiga casa.

"Já vi de tudo nessa vida. O povo daqui vive triste com o crime. As casas estavam merecendo algo novo. O mais bonito é ver os pequenos participando. Eles precisam de exemplos bons. A violência toma conta de tudo", conta a aposentada.

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