Arte contemporânea enfeita muros da Capital

Escrito por Redação ,
Na 2ª edição, o projeto "Muros: Territórios Compartilhados" traz a Fortaleza artistas de todo o Brasil

Até a próxima sexta-feira (31), os muros da cidade de Fortaleza deixarão de ser meras barreiras físicas e irão se transformar em palco para diversas performances e intervenções urbanas que unem arte contemporânea, criatividade e reflexão.

No Centro, um dos muros recebeu a instalação de "olhos mágicos", por onde as pessoas podem ver o que se passa do outro lado da parede FOTO: TUNO VIEIRA


Em sua segunda edição, o projeto "Muros: Territórios Compartilhados" traz à Capital cearense artistas de todo o Brasil com a proposta de levar às ruas manifestações artísticas que utilizam os muros como cenário e discutir a relação entre a Capital e as fronteiras que separam espaços públicos e privados.

"A cidade, agora, é um corredor. Você anda nas ruas entre muros. O que nós queremos é causar uma reflexão sobre os lugares em que se pode entrar e para quem a cidade está sendo construída", explica o coordenador do projeto, Bruno Vilela.

Oito propostas foram selecionadas para participar da iniciativa com trabalhos de escultura, desenho, instalações e performances. Os responsáveis pelas obras são artistas, estudantes e coletivos escolhidos entre cerca de 70 projetos inscritos em um edital lançado pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

Diálogo

No Centro de Fortaleza, um dos muros recebeu a instalação de "olhos mágicos", por onde os transeuntes podem ver o que se passa além dos limites de concreto. Outro trabalho já realizado foi um leilão com obras vendidas pelo preço mínimo de R$ 1,99.

Segundo Bruno, os lugares foram determinados pelos próprios artistas, que, com base em pesquisas prévias, analisaram onde seu trabalhos se adequavam. "Uma das propostas do muro é tentar estabelecer esse diálogo com o local onde as intervenções vão ser feitas. O artista tem de pensar porque estão fazendo esse trabalho naquele lugar, em qual contexto ele se insere e se faz sentido ou não ali", destaca o coordenador.

A partir da escolha do local, foi feita a negociação da utilização dos muros com os moradores, processo que, algumas vezes, acabou modificando algumas propostas. "Dependendo do lugar que o artista escolhe, as pessoas podem não querer atender. A gente vê como as dinâmicas da cidade permitem a realização desse trabalho", destacou Bruno Vilela.

Conforme o organizador do projeto, todos esses trabalhos estão sendo documentados, e o resultado final deverá ser lançado, no final deste ano, durante um seminário que será realizado com a presença de curadores e artistas participantes do projeto. O evento será aberto ao público, no entanto, ainda não tem existe definida.
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