Após 22 anos, Fortaleza terá novo Plano de Acessibilidade

Com a implementação de novos modais, um novo estudo é preciso melhorar o tráfego de diferentes transportes

Escrito por João Lima Neto - Repórter ,
Legenda: A Prefeitura vai apresentar um plano para a rede de transportes da cidade, visando o deslocamentos de diversos públicos, como pedestres, ciclistas, motoristas, motociclistas e passageiros do transporte público
Foto: FOTO: REINALDO JORGE

Corredores exclusivos de ônibus, ciclovias e carros elétricos. O cenário das ruas de Fortaleza jamais esperaria contar com tantos novos personagens no trânsito na Capital. A mudança foi tão grande que, por uma pressão das universidades e das empresas que gerem o tráfego de Fortaleza, a Prefeitura deu abertura, na tarde de ontem, a um estudo de acessibilidade da cidade. Conforme o prefeito Roberto Cláudio, o último levantamento sobre a mobilidade dos fortalezenses foi realizado há 22 anos.

Uma empresa contratada por licitação pública, ao custo de R$11,3 milhões, vai realizar a criação do Plano de Acessibilidade Sustentável de Fortaleza (PAS-For). Com entrevistas porta a porta e em pontos de grande fluxo da cidade, como os terminais, os entrevistadores vão ouvir a população sobre os deslocamentos diários.

"Para onde as pessoas vão?", "De onde as pessoas vêm?" e "Como as pessoas se deslocam?". As perguntas farão fazer parte do questionário a ser utilizado por 80 pesquisadores. As entrevistas serão feitas com 23 mil pessoas que moram na Capital e Região Metropolitana de Fortaleza. O estudo faz parte do escopo do projeto Transfor. Os recursos para realização do levantamento são do Banco Interamericano (BID). A conclusão do processo licitatório foi em abril deste ano. O valor do plano é orçado em R$ 11,3 milhões. A duração do projeto é de 24 meses.

De acordo com o prefeito, depois da realização do Plano de Acessibilidade Sustentável, a gestão municipal vai apresentar um plano com diretrizes para um melhor funcionamento da rede de transportes da cidade, visando o deslocamentos de diversos públicos, como pedestres, ciclistas, motoristas, motociclistas e passageiros do transporte público, como ônibus, táxis, vans e trens. "Vamos redesenhar toda a distribuição de linhas e integração dos modais baseados nesses dados. Além de uma pesquisa rica de informações que vai nos ajudar a se organizar melhor. Nós já vamos de imediato fazer esse redesenho do transporte público. O objetivo de tudo isso e nossa ambição é reduzir o tempo de transporte de qualquer ponto da cidade", declarou Roberto Cláudio.

Adjacências

Vão participar do estudo os 13 municípios atendidos pelos sistemas de transporte coletivo rodoviário metropolitano e metroferroviário. Ou seja, as cidades de São Gonçalo do Amarante, Caucaia, Maracanaú, Maranguape, Pacatuba, Guaiuba, Eusébio, Aquiraz, Itaitinga, Horizonte, Pacajus e Chorozinho, além de Fortaleza. A população de todos eles representa 96% dos moradores da Região Metropolitana de Fortaleza, com cerca de 3,8 milhões de habitantes. Manuela Nogueira, secretária de Infraestrutura do Município, explica que o objetivo é ter todas as pesquisas até o final do ano. "Vamos precisar do apoio na divulgação do Plano. Não adianta a gente só mandar os 80 pesquisadores na rua. Até o fim do ano, deveremos ter realizado 23 mil visitas. Vamos divulgar na mídia etapa por etapa. Precisamos da participação dos usuários de toda a Região Metropolitana que usam os modais de transporte para termos o levantamento em meados de 2020".

Atraso

Na avaliação do professor Mário Ângelo Azevedo, do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), em outras cidades, como São Paulo, esse tipo de pesquisa é feita há cada 10 anos. "Não tem uma maneira de fazer isso sem um levantamento pesado. Outros planos você vai fazendo em cima dessa base. Sobre o número de pessoas entrevistadas, isso é uma amostra. É feito com até 1,5% da população. Normalmente, uma cidade não tem como fazer mais do que isso. A pesquisa dá uma ideia bem amarrada sobre regiões".

O professor explica ainda que um estudo deste porte é caro e demorado. "Ele vai ter resultados para o prefeito já perto do fim no mandato dele. Vão ter bons frutos ao longo do tempo. Esse estudo permite ações mais precisas sobre onde atuar no tráfego da cidade".

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