178 novos casos de dengue por dia

Escrito por Redação ,

Até o dia 28, uma morte havia sido confirmada no Estado. Em uma semana, esse número subiu para quatro

Na última semana, três novos óbitos por dengue foram confirmados no Ceará. Além da ocorrência em Fortaleza, antecipada na última quinta-feira pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o boletim divulgado ontem pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) aponta mais dois óbitos, em Redenção e Quixadá. A média diária de novos casos também subiu na última semana, para 178, o que equivalente a 242,30%. Entre os dias 17 e 27 de março, era de 52.

Das quatro mortes, duas, em Fortaleza e Redenção, foram por dengue hemorrágica, e as outras duas vítimas, em Itapipoca e Quixadá, faleceram por complicação da doença. De acordo com o boletim da Sesa, foram confirmados 5.852 casos de dengue clássica no Ceará, em 118 municípios. Um crescimento de 27,21%, em uma semana, já que no último dia 28 eram 4.600.

Com relação à Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) — nome oficial da dengue hemorrágica —, o informe da Sesa confirma 81 ocorrências, 13 a mais do que na semana passada.

O Estado já soma 64 casos de dengue com complicação, somando mais seis aos 58 divulgados na semana passada. De acordo com o boletim, estão em investigação 121 ocorrências, sendo 11 óbitos. Destes, seis somente na Capital.

Desde o início do ano, já foram notificados 10.104 casos de dengue clássica em 140 municípios, além de 285 ocorrências de FHD, no Ceará. As 81 confirmações da dengue hemorrágica e os 64 casos de dengue com complicação ocorreram nos municípios de Fortaleza, Redenção, Caucaia, Itapipoca, Russas, Maracanaú, Quixadá, Aracoiaba, Pacatuba, Tauá, Umirim, Acarape, Eusébio, São Gonçalo do Amarante, Pentecoste, Quixeré e Baturité.

Letalidade

Segundo o titular da Sesa, João Ananias, o Estado do Ceará apresenta números crescentes de casos de dengue clássica e de ocorrências de dengue hemorrágica, mas consegue manter o índice de letalidade muito baixo, o que é importante neste momento.

“Tivemos o cuidado de trabalhar de forma uniforme e convergente com a Prefeitura de Fortaleza e com os demais municípios, já que a dengue é uma questão dos municípios, da atenção básica, e temos conseguido resultados importantes”, ressaltou Ananias.

O secretário admitiu que o Ceará ainda não consegui reduzir a proliferação do mosquito da dengue, por questões como a sazonalidade da chuva, que, segundo ele, felizmente está banhando nosso Estado, mas cria dificuldades quanto ao combate ao mosquito.

“Nós expedimos uma nota técnica no dia 2, para todos os secretários municipais e diretores de hospitais, onde estamos alertando que precisa triplicar a atenção com a população através dos sintomas de virose e gripe. É melhor tratar esses casos como dengue do que tratar a dengue como uma gripe. Isso é necessário para continuarmos mantendo uma baixa letalidade”, disse o secretário da Saúde do Estado.

VISITA AO SVM
Sesa pede apoio no combate à doença

Cento e setenta e oito casos de dengue por dia foram registrados, em média, na última semana, no Ceará. E apesar dos esforços para conter o avanço da doença, o secretário de Saúde do Estado, João Ananias, teme que um cenário pior seja construído. Por isso, as ações da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) estão se expandindo para outras áreas, como intensificar a comunicação com a sociedade cearense.

Em visita à sede do Sistema Verdes Mares (SVM), na manhã de ontem, o titular da Sesa pediu apoio e engajamento da imprensa na companha contra o mosquito Aedes aegypti. Afinal, como descreveu, “vivemos uma epidemia da doença no País e uma mega no Rio de Janeiro. Precisamos estar preparados para o pior. Atualmente, são dois tipos de sorotipos (2 e 3) da dengue circulando”.

Nesse sentido, afirmou João Ananias, é necessário encurtar a distância entre as informações dos órgãos públicos com a população, “sem sonegar os dados, sendo eles favoráveis ou desfavoráveis”. Como reconheceu o secretário, os veículos de comunicação são fundamentais para ajudar na mobilização de toda a sociedade para reduzir os impactos da doença.

Em apoio à iniciativa da Sesa, o diretor geral de Programação da TV Verdes Mares, José Edilmar Norões, presidente da Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acert), anunciou, de imediato, que “o Sistema Verdes Mares é sensível à situação da dengue, e vai continuar colaborando”.

Além disso, Edilmar Norões afirmou que a Acert “está disposta a colaborar”, tanto que ele mesmo antecipou que entrará em contato com as 120 emissoras associadas. Na opinião do secretário de Saúde do Estado, o apoio dos veículos de comunicação contribuirá para prevenir a população contra essa situação, “que é grave”, diz.

João Ananias antecipou, ainda, que uma das idéias defendidas pela Sesa, por exemplo, é a criação de uma força-tarefa nordestina. Como disse, uma força regionalizada obterá o apoio mais rápido em questão de recursos. O secretário ainda reforçou a recomendação aos hospitais de que tratem as gripes como dengue, só liberando os pacientes após a realização de exames.

Por fim, ele informou que o Estado enviará três médicos para fazer a capacitação dos profissionais no Rio de Janeiro, caso o Estado carioca aceite a contribuição. “Não vamos desfalcar qualquer nível de atenção no nosso Estado. Enviaremos os profissionais para o Rio, pois é uma questão de solidariedade. Lá moram muitos cearenses, que estão sofrendo por causa da dengue”.

Guto Castro Neto e Janine Maia
Repórter

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