Vovô pode arrecadar mais de R$ 15 milhões com vendas em 2020

Com transferências de Artur Victor, do Palmeiras para o Bragantino, e de Valdo, para o futebol japonês, Ceará já assegurou bom retorno financeiro logo no início de 2020. Se Arthur Cabral for vendido, faturamento será ainda maior

Legenda: O zagueiro Valdo foi negociado com o Shimizu, do Japão, por cerca de R$ 3,25 milhões
Foto: FOTO: CAMILA LIMA

A atuação agressiva que o Ceará tem demonstrado no mercado da bola só é possível, essencialmente, pela boa condição financeira que o clube possui hoje. Muito disso acontece pelas receitas que o clube tem acumulado ao longo do ano. Para 2020, uma das metas de arrecadação estabelecidas já foi praticamente batida na primeira semana do ano: a de vendas de jogadores.

O Diário do Nordeste apurou que o Ceará projetou arrecadar R$ 10 milhões durante o ano com vendas de atletas. A meta foi estabelecida em 26 de dezembro de 2019, quando o Vovô divulgou publicamente a projeção orçamentária para a temporada.

Para atingir o valor, o clube projetou a negociação de três jogadores: Artur Victor, Valdo e Arthur Cabral.

Isso porque o Vovô, que era detentor de parte dos direitos econômicos do meia Artur Victor, fica com R$ 6,25 milhões dos R$ 25 milhões que o Bragantino pagou ao Palmeiras pelo atleta.

Além disso, o zagueiro Valdo foi negociado com o Shimizu S-Pulse, do Japão, que pagará US$ 800 mil (cerca de R$ 3,25 milhões na cotação atual) por 80% dos direitos econômicos do defensor. Os outros 20% seguem com o Vovô.

Já o atacante Arthur Cabral pode render ainda boa quantia financeira ao Vovô, mas a situação de momento não é animadora. Arthur pertence ao Palmeiras e está emprestado ao Basel, da Suíça, onde marcou oito gols com 18 partidas realizadas e tem contrato até o final da atual temporada europeia, com opção de compra no final do vínculo.

Os 70% dos direitos econômicos do atleta, de 21 anos, valem R$ 20 milhões. Em caso de venda, o Ceará receberá R$ 10 milhões, sendo que deve repassar parte deste valor aos empresários de Arthur, por contrato firmado quando o atleta foi vendido ao Palmeiras, em 2018. Com isso, o valor bruto que sobra ao clube é de R$ 7 milhões, com o detalhe que o Vovô ainda permanece com 15% dos direitos econômicos em caso de uma outra futura venda pelo Basel.

Caso isto aconteça e Arthur Cabral seja vendido neste ano, o Ceará deverá ultrapassar a marca de R$ 15 milhões recebidos com vendas de jogadores na temporada.

O valor, obviamente, aumentará ainda mais caso outros atletas sejam negociados.

Mais que a relevante quantia financeira recebida, as operações evidenciam a profissionalização do clube na capitalização dos seus jogadores, algo que tem sido mais praticado nos últimos anos.

A situação de Valdo, por exemplo, evidencia uma mudança de pensamento.

O clube investiu uma quantia baixa para ter o atleta em 2016, junto ao Confiança, teve retorno técnico durante estes anos e ainda vai lucrar com uma boa venda.

Em 2019, o Ceará já havia arrecadado quantia relevante com a venda de jogadores. As negociações de Felipe Jonatan (R$ 6 milhões), Richardson (R$ 5 milhões) e Everson (R$ 5 milhões) renderam R$ 16 milhões ao clube, sem contar que o Vovô segue com 20% dos direitos econômicos dos dois últimos, caso eles sejam novamente negociados por Kashiwa Reysol, do Japão, e Santos, respectivamente.

No caso de Felipe Jonatan, que também está no Peixe, o Ceará não tem nenhum percentual de direitos econômicos. Porém, caso ele seja vendido, o Vovô receberá uma quantia financeira por ter sido o clube formador do atleta.

Reforços chegando

A sexta-feira foi de novidades em Porangabuçu. Últimos reforços anunciados pelo clube para 2020, o goleiro Fernando Prass e o meia Vinícius Goes já desembarcaram na capital cearense.

Ambos realizaram exames médicos e já participaram da primeira atividade na sede do clube. A expectativa é que o atacante Rafael Sóbis, principal contratação do Alvinegro para 2020, chegue neste fim de semana e se junte ao elenco de jogadores.