Uruguai no ritmo do ataque mais forte do mundo: Cavani e Suárez

A Celeste Olímpica é a maior campeã do continente e chega para a Copa América como favorita no grupo C e ao título, contando com a melhor dupla de ataque do mundo; a estreia é neste domingo (16) no Mineirão, contra o Equador,

Legenda: Suárez fez 25 gols pelo Barcelona na última temporada e, recuperado de lesão, chega afiado para o certame
Foto: Emmanuel Dunand/AFP

Tradição não conquista títulos, não abastece os resultados, mas é o primeiro passo para escrever novos versos e, neste conceito, a responsabilidade de honra ao legado histórico. A relação entre a Celeste uruguaia e o futebol é algo extenso, vitorioso e, claro, tradicional. Foi a primeira maior potência do esporte, campeã mundial em 1930, bi olímpica em 1924 e 1928, causadora de uma das maiores frustrações do futebol brasileiro, na Copa de 1950 no Maracanã.

O Uruguai estreia em um outro mar de frustração brasileira, no Mineirão, contra o Equador. Mas o principal motivo para falar de tradição está ligado à Copa América, a Celeste Olímpica é a maior campeã do continente. Sem o favoritismo histórico, Uruguai tem seu elo criado entre o comando do "Maestro" Óscar Tabárez e a melhor dupla de ataque do mundo, privilégio que nenhuma seleção conseguiu criar na atualidade.

No grupo C é favorita, não pela tradição, mas pelo valor técnico. A força desconstruída após os primeiros anos de hegemonia, a crise no fim dos anos 1990 e início de 2000, a falta de perspectiva na Copa do Mundo, entre 1994 e 2006, trouxe um novo rumo. Há 13 anos comandando a Celeste, Óscar Tabárez tenta renovar e recuperar a tradição dos resultados. Com turbulências naturais, o Uruguai recuperou o respeito deixado no meio do caminho de alguns fracassos, renovou jogadores, descobriu referências e elevou o patamar de recuperação da Seleção.

Não é atração pela história ou pelo comando, o domingo se torna tentador a ver o Uruguai por conta do poder ofensivo. Nenhuma seleção do mundo tem uma dupla de ataque igual à do time.

Cavani e Suárez, 32 anos, mesma geração descoberta pelo "Maestro". Na última temporada, os dois juntos, fizeram 48 gols, cada um jogando por seus clubes, claro. Cavani pelo PSG, apesar de um desempenho pouco abaixo do habitual, fez 23 gols. Suárez, pelo Barcelona, fez 25. Médias semelhantes e o peso de carregar a tradicional Celeste na busca pelo título, em solo lendário, onde o fantasma de 1950 vive e sobrevive.

Aspire Academy

Sem o grande atrativo tradicional uruguaio, vale pela curiosidade em projeto voltado para futebol. Dono do país-sede a receber a próxima Copa do Mundo, o Catar está na Copa América e estreia hoje contra o Paraguai, no templo do futebol mundial, o Maracanã. O projeto do país voltado ao esporte começou em 2004, antes das pretensões de sediar mundial. A Aspire Academy, é um grande complexo voltado para formação de jogadores em diversos esportes, principalmente o futebol.

Com a população inferior a três milhões, o Governo do país entendeu que precisava investir e buscar em outros países um suporte para o esporte. Visualizando o poder social, fez excursões na África na captação de jovens, principalmente os que vivem em extrema pobreza. A seleção Catari já teve mais de 60% do elenco naturalizado, hoje, este percentual caiu para 30%. O grande destaque é o sudanês Almoez Ali, captado em uma dessas excursões.