Não é segredo para ninguém que no mundo da bola o sucesso não vem para todos. Muitos desistem mesmo antes de se tornarem profissionais. Um dos desafios é não se acomodar com o que já foi conquistado. E isso não é diferente para os cearenses Raffael Caetano de Araújo, do Borussia Mönchengladbach, e Ronny Herberson Furtado de Araújo, do Hertha Berlim, ambos atuando na Alemanha.
Nos últimos anos, muita coisa mudou para os filhos de Caetano, ex-lateral do Fortaleza. Hoje, os dois passam por momentos um tanto distintos na carreira. O meia-atacante Raffael foi o artilheiro do Gladbach na temporada passada, com 12 gols, e um dos grandes responsáveis pela classificação do time para Liga dos Campeões após 38 anos. Já Ronny teve de lutar contra as lesões e acabou desfalcando o Hertha por um longo período.
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Bem ou mal, uma coisa nunca mudou na carreira dos dois: o apoio do pai, que sempre lhes repete como mantra: "não podem nunca se acomodar".
Já com 30 anos, Raffael afirma que nem considera uma volta para o Brasil nos próximos anos e que o objetivo agora é simples: dar segmento ao bom trabalho. O foco principal é mesmo a Champions League. Ao falar do torneio, ele manda o recado: se deixarem, o time "pode surpreender".
Mas em vez de franzir o cenho quanto às metas para o futuro, o cearense abre o sorriso ao falar de um dos maiores campeonatos do mundo. "A vontade é de ir bem e não passar vergonha. Temos que estar preparados para enfrentar qualquer adversário", coloca.
Sem mágoas
Já Ronny não teve a mesma sorte do irmão e acabou desfalcando o time da capital alemã por vários jogos por conta de algumas contusões. Em momento de negociação com o time de Berlim, o ex-corintiano ainda não sabe se ficará no elenco para a próxima temporada, mas não se abala, quer dar a volta por cima.
E é na família que Ronny busca a inspiração. "Tenho que dar os parabéns para o Raffael pela classificação para a Champions, eu mesmo já tive a oportunidade de jogar essa competição duas vezes e isso também me dá ânimo", sinaliza para o irmão.
Já estabilizado na Europa, o lateral esquerdo relembra a falta de oportunidades nos clubes cearenses, mas diz não guardar sentimentos ruins com relação a Fortaleza e Ceará. "Não tenho nada contra o futebol cearense. Acontece que eles não nos deram oportunidades e creio que até hoje não há muita chance para quem é daqui", analisa ele.
Hoje instalado em confortável apartamento na Beira-Mar, Caetano conta que quando a vida levou seus meninos para a Europa, a única coisa que podia fazer era orar. "A gente ficou aqui rezando por eles, com uma saudade imensa, mas sempre torcendo porque era o que eles queriam. Eles foram guerreiros e enfrentaram a vida", comenta. (colaborou Samuel Quintela)
