Um Eterno Navegante

Há cerca de duas décadas, Mardônio Filho vive a desbravar o planeta em busca das melhores ondas

Mardônio contempla o impressionante mar da Indonésia. Mundo se tornou cada vez menor para as aventuras do experiente atleta FOTO: DIVULGAÇÃO/MARCELO FREIRE

Navegar é preciso, viver não é preciso. A famosa frase imortalizada pelo poeta português Fernando Pessoa é tão antiga quanto o próprio desejo do homem de expandir seus limites e desbravar o desconhecido.

Notoriamente, uma das tribos que mais encarnam essa máxima como estilo de vida é a dos surfistas. Para esses fissurados, onde quer que as ondas estejam é para lá que eles vão.

Na história do surfe cearense nomes como Kadinho e Picolé, entre outros, se notabilizaram por serem exploradores natos que há mais de três décadas desbravam os principais picos do planeta. Entre seus destinos preferidos estão alguns dos mais desejados paraísos: Havaí, Taiti, México, Peru, Fiji, etc, etc, etc. Entretanto, o movimento que foi criado pelos pioneiros caçadores de ondas floresceu em alguns discípulos como o surfista Mardônio Filho, que nesse exato momento está do outro lado do planeta, mais precisamente na ilha de Bali, no arquipélago das 17 mil ilhas, a Indonésia.

Nascimento

Costumo dizer que ninguém vira um viajante. Você nasce com esse perfil e o que realmente acontece é que com o tempo você se descobre um explorador. Para ilustrar o que estou falando, vou apresentar, mesmo que de forma resumida, o processo de construção de um viajante de surfe ilustrando com o exemplo de um cearense que também me influenciou bastante nesse sentido: Mardônio Filho.

Ele começou suas incursões pelo mundo do surfe há mais ou menos vinte anos, quando fundou uma empresa para levar surfistas, competidores ou não, para pegar ondas nas principais praias do Nordeste. Com uma Van, ele conduziu toda uma geração de adeptos do esporte para conhecer e surfar em paraísos como Porto de Galinhas (PE), Praia do Francês (AL), Pipa (RN) e Baía Formosa (RN), dentre outras praias. Contudo, não tardou para que o Nordeste ficasse pequeno para seu desejo de ir além. Foi aí que ele começou a viajar para Fernando de Noronha, conhecido no Brasil do surfe como o Havaí Tupiniquim.

Mesmo com as repetidas incursões à Esmeralda do Atlântico, a vontade de romper a barreira das fronteiras nacionais gritava cada vez mais alto em sua alma. Foi então que no ano de 2007 ele não somente saiu do Brasil, como atravessou dois oceanos e foi parar na Indonésia. E como toda viagem ao desconhecido, Mardônio descobriu um mundo que só conhecia através de páginas de revistas e filmes de surfe. "Fiquei extasiado quando fui para a Indonésia pela primeira vez. Mesmo já tendo visto muitas fotos e vídeos eu não imaginava o que encontraria", explicou o eterno viajante.

Iniciante se deslumbra com o mar da Indonésia

O choque cultural de quem vive no Ocidente e vai pela primeira vez à Indonésia é muito grande.

Entretanto, a experiência mais marcante que todo surfista poderá ter na Indonésia sempre será, sem sombra de dúvida, o contato com as ondas perfeitas.

E um dos mais novos integrantes desse seleto grupo inspirado por Mardônio é seu parceiro de viagem, Diego Rabelo. Em sua primeira viagem internacional, Diego relata estar deslumbrado. "Quando entrei no mar pela primeira vez, pensei que iria morrer. A combinação de ondas enormes com a presença ameaçadora das pedras a poucos centímetros de nossas pernas muitas vezes chegava a me paralisar", explicou Diego.

Noronha pelo mundo

Como todo bom viajante, estou sempre planejando a próxima viagem. E novamente mais uma aventura está se construindo.

Dessa vez o destino será o Peru, Terra Sagrada dos Incas, onde buscaremos desvendar os segredos de um povo milenar que mantém estreita relação com o Oceano Pacífico. Tudo isso você irá conferir nas páginas do Diário do Nordeste, no blog Manobra Radical, além de conteúdos exclusivos no Diário Plus.

Mais informações

Para saber mais sobre esta e outras aventuras ligadas aos esportes radicais, acesse: http://blogs.diariodonordeste.com.br/manobraradical/

George Noronha
Especial para o Jogada