Tom Barros: Vovô e Leão com ilusões desfeitas em brumas

A torcida esperou grandes novidades para depois da Copa América. Contratações de bons valores por parte de Fortaleza e Ceará. Um mês de expectativa. Pouco a pouco, porém, a desilusão foi tomando conta dos espaços. As contratações minguaram. E agora já se vê que, basicamente, as coisas não mudaram. E, se mudaram, foram para pior. Assim foi a interpretação do técnico do Fortaleza. Numa análise superficial, a conclusão é que Ceará e Fortaleza vão continuar passando os mesmos apertos de antes, as mesmas agonias de antes, as mesmas inquietações de antes, sem tirar nem pôr.

O espaço entre a Copa América e a retomada do Campeonato Brasileiro foi ocupado apenas pela recuperação física dos respectivos grupos. As articulações para a contratação de reforços esbarraram nas limitações financeiras e nas próprias retrações do mercado da bola nesta época do ano, quando a maioria dos bons jogadores está empregada. Assim foram desfeitas em brumas as ilusões iniciais de que a pausa da Copa América seria usada para robustecer os elencos. Síntese: resta a dura constatação de que tudo continuará como estava.

Palavra

Sou de um tempo em que meu avô, Victor Gabriel, dizia que a assinatura do homem é a sua palavra. Síntese: palavra de homem. Nem precisava selo, nem testemunhas, nem firma reconhecida em cartório. Palavra tinha força de lei. Assim quero dar votos de confiança ao atacante contratado pelo Ceará, Felippe Cardoso, que disse estar curado da contusão na região do púbis.

Constatação

O técnico do Fortaleza, Rogério Ceni, demorou demais para chegar à conclusão de que o Leão está mais fraco agora do que antes da Copa América. Puxa, tanto esforço mental para entender isso. Ora, se o time perdeu vários jogadores bons e não repôs na mesma medida, claro que teria de ficar mais fraco. Incrível seria se fosse o contrário. Pensou lerdo.

Cuidado

O Ferroviário tem tudo para subir para a Série B nacional. A campanha coral é uma constatação, já pela superioridade. Com 23 pontos, está acima de todos os concorrentes. Cuidado apenas com as armadilhas do mata-mata, onde o Fortaleza tropeçou por longos oito anos seguidos.

Paulo Vyctor, artilheiro da Série D nacional com sete gols, é um dos trunfos do Floresta para eliminar o Jacuipense. A propósito, o terceiro gol da vitória do Floresta sobre o Bragantino, marcado pelo Paulo Vyctor, foi uma obra de arte que só os grandes mestres da bola sabem fazer, ou seja, à moda Messi.

É lamentável que Ceará e Fortaleza não tenham sabido aproveitar o tempo de paralisação da Copa América para voltarem reforçados por meio de significativas contratações. Sendo assim, as esperanças de melhora teoricamente são mínimas, a não ser que haja forte e surpreendente reação dos atuais jogadores.