Tom Barros: Vasco à procura da respeitabilidade

Legenda: Vanderlei Luxemburgo tenta recuperar Vasco da má fase
Foto: Helene Santos

O técnico do Vasco, Vanderlei Luxemburgo, foi muito feliz na entrevista que concedeu após o empate com o Fortaleza. Foi claro e incisivo ao afirmar que o primeiro objetivo a ser alcançado pela nova gestão é a recuperação da respeitabilidade. Verdade pura. O Vasco da Gama, de tanta tradição e títulos na história do futebol brasileiro, é levado agora na chacota como um timinho qualquer. Explicou bem o Luxemburgo. Mais que sair da zona de rebaixamento é buscar a dignidade. É voltar ao tempo em que os adversários, grandes, médios e pequenos olhavam o Vasco como um gigante do nosso futebol, não o time de hoje alvo de toda espécie de gozação e ridicularia. Mas o Vasco de Bellini, o grande capitão da Seleção Brasileira campeã do mundo de 1958, ao lado dos também vascaínos Orlando e Vavá; o Vasco de Ademir Menezes, artilheiro da Copa do Mundo de 1950; o Vasco de Roberto Dinamite, ainda hoje o maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro Série A. O objetivo inicial do técnico Vanderlei Luxemburgo faz sentido. Se realmente o Vasco da Gama recuperar a respeitabilidade, todas as outras coisas boas, títulos e glórias, virão por acréscimo.

Importância

Cometerá grande injustiça quem quiser julgar a atuação de Ricardinho pelo primeiro tempo do jogo com o Avaí em Florianópolis. Naquela primeira fase, a rigor, ninguém no Ceará jogou absolutamente nada, exceto o goleiro Diogo Silva. Ricardinho tem qualidade para dar significativa contribuição ao alvinegro. Questão é saber usá-lo no tempo certo de sua sustentação.

Massacre

Agora, embora com uma preocupação a menos, pois ganhou a Copa do Nordeste, vai começar o verdadeiro massacre contra o Fortaleza. Uma enxurrada de jogos. Já começa amanhã, sábado, às 16 horas diante do Flamengo no Engenhão, Rio de Janeiro. Quarta-feira, dia 5, Athletico em Curitiba. Sábado, dia 8, Grêmio no Estádio Centenário em Caxias do Sul. Tome viagens longas e jogos complicados.

Os piores

Domingo, pela Série C, em Campina Grande o líder Sampaio pega o Treze, que é o lanterna. Em Natal, o Ferroviário, vice-líder, pega o ABC, que é vice-lanterna. Mas todo cuidado com os teoricamente piores. Não raro, fazem estragos.

O técnico Rogério Ceni está subindo como o foguete Saturno V da missão Apolo. Ceni é uma espécie de Wernher von Braun no futebol: criou todos os mecanismos para fazer subir o Fortaleza às alturas das estrelas, brilhando intensamente. A continuar assim, ninguém segurará Rogério Ceni.

O modelo dos campeonatos estaduais vai ficar cada vez mais apertado, por iniciativa da CBF que quer reduzir ainda mais o número de datas. Se assim for, melhor será acabar logo de uma vez. Esse processo de inanição é perverso. Está matando aos poucos o certame que foi a origem de tudo. Vai acabar mesmo.