Tom Barros: Entre a desilusão e a esperança

A rodada passada doeu. E doeu porque comprometeu a esperança advinda da vitória do Ceará sobre o Palmeiras e do empate do Fortaleza com o Atlético em Minas, após estar perdendo por 2 a 0. Se não há sucesso definitivo, também definitivo insucesso não há. As variações são próprias. Há limitações financeiras e, em decorrência disso, limitações técnicas nos clubes daqui. Internacional, Palmeiras, Corinthians e outros times famosos têm elenco para três formações de qualidade superior. Nesses clubes há jogadores especialistas para cada modelo tático. Além disso, ainda se dão ao luxo de emprestar alguns valores para os concorrentes, embora com a cláusula de não atuarem contra o clube de origem. A rodada passada doeu. Sim, mas não pode derrubar a força moral de uma exemplar reação. Ceará e Fortaleza não podem quedar em desânimo porque tropeçaram na mesma pedra. Até o fim do certame, em dezembro, muita água ainda correrá sob a ponte. Estão por vir as folhas verdes do verão. Domingo tem clássico doméstico. Depois o Ceará recebe a Chapecoense. O Fortaleza pegará o CSA em Maceió. Jogos em que os cearenses estão proibidos de perder.

Retorno

É natural que um atleta ao retornar às atividades, após demorada ausência por motivo de contusão, sinta a falta de ritmo. Assim, não é correto se exigir de Edinho (Fortaleza), Wescley e Juninho Quixadá (ambos, Ceará) produção semelhante ao da época em que estavam em plena forma. Tudo a seu tempo, gente.

Pontuação

O Ferroviário conseguiu grande êxito no início da Série C nacional. Acumulou tanto ponto que, embora perdendo três partidas, manteve-se no G-4 e ainda com dois pontos de vantagem sobre o quinto colocado, o Imperatriz, que tem 21 pontos. Reação agora sob a responsabilidade de Marcelo Veiga, novo treinador coral.

Saudade

Fiquei triste ao saber da morte do médico Kitt Rola, que, como jogador, vi brilhar no ataque do Ferroviário nas décadas de 1950 e 1960. Ele é filho de tradicional família de desportistas. Seu pai, Raimundo da Cunha Rola (Rolinha), foi árbitro famoso. Seu irmão, dentista Bill Rola, também destacou-se como jogador. Fica o registro de minha saudade. Pêsames.

O polêmico treinador, Jorge Sampaoli, vai colhendo frutos de seu trabalho. Embora criticado pelos que defendem linha mais tradicional, ele colocou o Santos na liderança do Campeonato Brasileiro. Ainda sou refratário ao tipo de filosofia adotado por Sampaoli, mas reconheço que a ascensão do Santos é resultante do trabalho dele.

Jogadores que atuaram em times cearenses que estão nesta ascensão do Santos. O goleiro Everson (ex-Ceará), o lateral-esquerdo Felipe Jonatan (ex-Ceará) e o meia Jean Mota (ex-Fortaleza). Detalhes: Felipe nasceu em Fortaleza. Está com 21 anos. Everson é paulista. Está com 29 anos. Jean Mota é paulista. Está com 25 anos.