Tom Barros: Empate no Mineirão - A noite dos redimidos

Legenda: Juninho comemora gol após ter marcado contra
Foto: Leonardo Moreira/FortalezaEC

O vilão Juninho. O herói Juninho. O Vilão Felipe Alves. O herói Felipe Alves. Juninho entregou num recuo precipitado. Felipe adiantado demais também pecou. Com 2 a 0 para o Atlético e o abalo moral, previsão de desastre e goleada em Minas. Aí o poder de superação dos bravos. Os homens que não se entregam nas adversidades. A reação coletiva do Fortaleza, que foi à luta. Carlinhos diminuiu (2 x 1).

Vieram os momentos dramáticos. Juninho assume a responsabilidade de bater um pênalti. Se perdesse, teria a maldição definitiva. Fez o gol. Empatou. Chorou. Redimiu-se. Tempo depois, pênalti para o Atlético. Felipe Alves que tomara um gol porque adiantado, teria a chance de redimir-se. Pegou a primeira cobrança. O VAR invalidou. Nova cobrança, Felipe pegou o pênalti outra vez. Os protagonistas da lambança, os protagonistas do sucesso. Frieza, coragem, personalidade dos dois. Qualidades que tomaram conta do grupo tricolor. Um empate com sentimento de vitória. O Fortaleza demonstrou no Estádio Independência a altivez que caracteriza a sua história, personalizada na grandeza moral de Juninho e Felipe Alves, os notáveis redimidos da noite.

Ceará Espetacular

A magistral vitória (2 x 0) do Ceará sobre o Palmeiras, líder da Série A, ultrapassou a euforia das comemorações de um só dia e remeteu a reflexões sobre o momento do time e suas reais possibilidades em jornadas futuras. Vitória ocasional ou vitória consolidadora? Prefiro entendê-la animadora.

Consequências

A vitória do Ceará trouxe ao grupo confiança. Devolveu a Leandro Carvalho a certeza de que pode voltar aos bons tempos. Há motivos suficientes para acreditar que, mesmo sem as contratações que a torcida pede, dá para seguir com superação. Há no Ceará referência especial: Diogo Silva, Valdo, Luís Otávio, Samuel Xavier, Ricardinho. Isso não quer dizer que os demais atletas estejam fora de uma avaliação positiva.

Mais

Todos estão dentro do bom contexto, mas podem render mais. A graduação para mais ou para menos não significa julgamento definitivo senão obervação temporária, ou seja, o momento do jogador. Quem vence diante do Palmeiras recebe o reconhecimento de que pode vencer muito mais, desde que não durma nos louros da vitória que passou.