Tom Barros: Clássico-Rei - um encontro 26 anos depois

Legenda: Ceará e Fortaleza tinham se enfrentado pela última vez na Série A em 1993
Foto: Kiko Silva

Conversa agradável. Do meu lado esquerdo: Josué, "Soldadinho de Chumbo". Do meu lado direito: Mastrillo, esse baiano-cearense que tem tanta história para contar. Após 26 anos do Clássico-Rei pela Série A nacional de 1993, tome recordações dos dois jogos daquele ano. O primeiro, no dia 7 de setembro, o Ceará ganhou (3 x 1). O segundo, no dia 6 de outubro, o Ceará ganhou também (1 x 0). Mastrillo, volante alvinegro, que atuou nos dois jogos, disse que o time do Ceará estava numa fase muito melhor que do Fortaleza. O meia tricolor, Josué, reconhece. Aliás, Josué atuou apenas na segunda partida, pois quando do primeiro jogo estava contundido. Mastrillo fez questão de frisar a dificuldade que tinha para conter o habilidoso Josué. "Às vezes, era preciso ser mais duro para neutralizar Josué", diz Mastrillo. Hoje, os dois continuam ligados ao futebol. Mastrillo é técnico. Josué divide seu tempo com outra atividade profissional: é cantor. Nenhum perdeu o ritmo. Mastrillo é sereno. Nem parece aquele chegado a cartões. Josué abraçou a música. Eu não sabia desse dom que ele recebeu de Deus. Os dois estão de bem com a vida. Ótimo.

Projeção

Quem pode brilhar mais no Clássico-Rei? Dependendo das circunstâncias, Wescley pelo Ceará e Osvaldo pelo Fortaleza. Dirão talvez que os dois não estão no melhor momento. É verdade. Wescley está voltando de contusão. Osvaldo meio travado, sem encontrar seu melhor futebol. Sim, mas em jogos assim, a experiência, não raro, abre os melhores caminhos.

Melhor

Quem experimenta melhor fase, o goleiro do Ceará, Diogo Silva, ou o goleiro do Fortaleza, Felipe Alves? Os dois estão vivendo bom momento, mas entendo que Felipe Alves teve de ser mais acionado em jogadas muito difíceis. Vale, porém, uma advertência: se Felipe continuar "brincando" na saída de bola, poderá ter sérios problemas.

Consagração

É no clássico que os artilheiros se estabelecem e ganham as graças da torcida, desde que assinalem gols. Por enquanto, continuam desocupadas as vagas de ídolos que Gustavo e Arthur deixaram respectivamente no Fortaleza e no Ceará. Recado para Felipe Cardoso e Wellington Paulista.

Susto no caminho coral. Hoje, na Arena Pernambuco, o Santa Cruz recebe o Imperatriz do Maranhão, que é o quinto colocado. Se o Imperatriz ganhar, tirará temporariamente da zona de classificação o Ferroviário. O imperatriz ficará com 24 pontos contra 23 do Ferrão. Então, o Ferroviário terá de ganhar do ABC na segunda-feira para retornar ao G-4.

A Estreia de Marcelo Veiga, novo técnico do Ferroviário, será um fator importante para estimular o grupo coral a uma reação. O abatimento verificado, após sequência de insucessos sob o comando de Leandro campos, trouxe muitas incertezas. A simples presença de Marcelo Veiga dará esperança de melhores dias ao elenco. Até agora, não entendi a razão por que o Ferroviário afundou.