Tom Barros: Brasileiro será uma nova competição

Há um consenso geral entre os cronistas: a retomada do Campeonato Brasileiro, nas Séries A e B, poderá ser uma outra competição no aspecto técnico. Explicação simples: a paralisação durante a Copa América acabou se transformando numa espécie de pré-temporada para os novos desafios. Todos cuidaram de fazer uma avaliação e, se necessário, uma revisão de conceitos. Algumas equipes conseguiram contratar reforços. Outras equipes, pelo contrário, perderam atletas fundamentais. Quero acreditar que em apenas um ponto todos puderam ter tirado o mesmo proveito: a recuperação da condição física. Quanto aos representantes cearenses, fica a incógnita. Não realizaram as contratações de impacto. O Fortaleza até perdeu alguns jogadores importantes. As queixas da torcida do Ceará contra o presidente Robinson de Castro confirmam a insatisfação pela vinda somente de um reforço. O cenário não permite previsão sobre o que poderão fazer Fortaleza e Ceará já a partir de agora. Não por outro motivo há considerações expressas de que começará uma nova competição. Mais correto, creio, será chamar de imprevisível remodelada.

Não aproveitamento

Até hoje não compreendi a razão por que Dodô, com a qualidade do bom futebol que possui, teve pouco espaço no Fortaleza. Tipo do jogador que poderia dar ainda ótima contribuição ao time nas lutas que virão. Às vezes, por falta de explicações convincentes ou de diálogo franco entre atleta e treinador, o desgaste silencioso termina por tornar insuportável a permanência de um atleta.

Explicação

Apesar das explicações do alto comando alvinegro sobre as dificuldades atuais de contratar reforços, o caso somente será assimilado e entendido se o time conseguir bons resultados, inclusive já diante do Fluminense no Maracanã. Se houver vexame, as explicações serão evaporadas.

No Caminho

O Ferroviário, que andou oscilante, agora já recuperou a total confiança da torcida após a vitória sobre o Santa Cruz em Recife. A saída de Marcelo Vilar também foi superada. Leandro se estabeleceu. Além disso, houve a chegada de Juninho Potiguar e Jackson Caucaia. O time coral está nos trilhos, no caminho certo.

Um técnico de nome simples, bem popular, bem carinhoso: Raimundinho. Pois esse senhor, que guarda humildade franciscana, está avançando com o Floresta na Série D. Não se surpreendam se ele confirmar a ascensão para a Série C nacional na próxima etapa. O time há jogado bem. Tem personalidade e confiança.

Aspectos negativos da Copa América. Os gramados dos estádios brasileiros são uma vergonha quando comparados aos "tapetes" europeus. A demora na avaliação do VAR quando acionado para dirimir dúvidas em lances polêmicos. Um futebol de qualidade bem inferior ao das competições europeias.