Tom Barros: Avaliações sobre o melhor do Mundo

Legenda: Niki Lauda morreu aos 70 anos e foi tricampeão mundial de F-1

Morreu Niki Lauda, notável piloto austríaco, tricampeão mundial de Fórmula 1. Vi matérias em que ele é citado como o melhor de todos os tempos. Avaliações assim podem levar a equívocos. Lauda foi realmente um dos melhores do mundo, mas qualificá-lo como o melhor dos melhores leva a questionamentos. Ele fez parte de uma geração em que já a máquina tinha predominância. Ainda hoje é assim. O piloto tem de ser bom, mas a máquina é mais relevante. Acompanho a Fórmula 1 desde a década de 1960. Ali, sim, os carros eram parelhos. Havia total equilíbrio. A definição era no braço. O piloto acima da máquina. Nesta parte, Jim Clark, o escocês voador, foi o maior. Piloto, muito piloto, que ganhou no mesmo ano, 1965, o título de campeão mundial da Fórmula 1 e as 500 milhas de Indianápolis. Ele assombrava o mundo com o seu talento. No futebol, também são criadas polêmicas assim. Messi é melhor do que Pelé foi? Aos que dizem sim recomendo uma olhada no filme "Pelé Eterno". Avaliações sobre o melhor do mundo sempre comportarão contestações. É normal, pois vai muito de subjetivo no julgamento.

Desdobramentos

O assunto "melhor do mundo" sempre gerará polêmicas. Muitos desportistas brasileiros das décadas de 1930 e 1940, que viram Leônidas da Silva jogar, admitem que ele era melhor que Pelé. Leônidas foi artilheiro da Copa de 1938 na França. Não posso opinar porque não vi Leônidas jogar. Mas, se leva-se em conta os gols e os títulos mundiais de Pelé (três), não há como comparar.

Messi e Maradona

Há alguns anos, polêmica sobre quem o melhor, Maradona ou Pelé? Coisa mais recente, Messi ou Pelé? Com todo respeito aos dois argentinos, Pelé acima de todos, rei dos reis no futebol. Sobre Maradona e Messi, fico com Maradona. Há um documentário sobre Maradona que impressiona. Não é um Pelé, mas em momentos aproxima-se.

No plano local

No futebol cearense, da década de 1950 para cá, o melhor que vi em ação foi o saudoso Mozart Gomes. Genial. Depois dele, Clodoaldo, o Baixinho Bom de Bola. Nos últimos vinte anos, não vi nenhum jogador melhor do que Clodô. Ele também foi genial.

Airton Fontenele é um exemplo de dedicação à memória do futebol, máxime da Seleção Brasileira. Seu acervo, na Sala João Saldanha, é um modelo de organização. Airton possui também farto material sobre o futebol cearense. Aos 92 anos de idade, o querido Airton é imbatível quanto aos detalhes sobre a Canarinho.

Depois da morte de Cristiano Santos, em 2015, o Memofut (Memórias do Futebol) perdeu consistência. É difícil tocar o barco sem estrutura e apoio financeiro. O comunicador Hilton Júnior luta pela retomada. Se o Shopping Benfica incorporar a ideia, a iniciativa prosperará. Sem isso, ficará muito difícil.