Tom Barros: Avaliações depois da Copa América

Havia uma grande expectativa sobre como voltariam os clubes brasileiros após a paralisação do meio do ano. Agora, após algumas rodadas, algumas surpresas positivas. O Ceará, por exemplo, mesmo sem as reclamadas contratações de reforços, conseguiu, com todos os méritos, ganhar do líder Palmeiras. E do Palmeiras principal. Ganhou, sem os reforços. Deu baile, sem os reforços. Aí vai o Fortaleza cheio de sacrifícios a Belo Horizonte. Time quebrado e alquebrado. Pela frente, um favorito Atlético-MG. Quando a bola rola, o espanto. O Fortaleza melhor. O Fortaleza assume o controle do jogo. De repente, toma a fatalidade de um incrível gol contra. De repente, toma de pênalti o segundo gol. Paira a ameaça de uma goleada. Termina a primeira fase sob o assombro da desigualdade entre o que tomou de gols e o que produziu em campo. Veio a fase final para a superação. Superou com bravura. Empatou e quase ganhou o jogo. Uma façanha memorável porque jogou bem. E jogou bem sem a contratação de reforços. Nesta avaliação após a Copa América, uma certeza: pelo menos inicialmente, Ceará e Fortaleza já mostraram o que poderão fazer. Que coisa!

Isolados

Cometerá erro de percepção quem entender os resultados positivos de Ceará e Fortaleza como definitivos. Haverá, sim, a necessidade de reforços. O caminho ainda é longo. O certame somente terminará no dia 8 de dezembro. São 38 rodadas. Agora que vamos para a 12ª. Légua tirana.

Os outros

Qual a avaliação que estão fazendo sobre o retorno do Palmeiras e do Atlético-MG? Ambos foram eliminados da Copa do Brasil. Ambos tropeçaram feio na rodada do fim de semana que passou. Ambos ficaram em débito para com o torcedor. Terão de contratar reforços, times que têm elenco para três formações? Voltaram mal das paralisações.

Mais rodadas

Serão necessários mais alguns jogos para avaliação concreta sobre a situação dos clubes neste retorno após a Copa América. Por enquanto, os resultados de Ceará e Fortaleza foram bons. O Vozão empatou com o Fluminense no Maracanã e ganhou do Palmeiras aqui. O Fortaleza ganhou do Avaí aqui e arrancou espetacular empate diante do Atlético-MG em Minas. Recomeço animador.

Juninho, do Fortaleza. Pensei que afundaria quando o vi com as mãos na cabeça, desesperado, no gol contra que marcou. Supus que melhor seria Juninho sair de campo. Nada. Ficou. Teve personalidade, maturidade, confiança. Assumiu todos os riscos ao bater o pênalti. Fez. Transformou-se no melhor em campo. Que jornada!

Lamentável a forma como o Floresta perdeu a chance de subir para a Série C nacional. A rigor, o Floresta perdeu mesmo foi quando deixou escapar a vitória no PV quando, nos minutos finais, tinha a vantagem no placar. A desatenção custou caro. E o sonho ficou para o próximo ano. Mas valeu a participação.