Tom Barros: A Copa América ainda não decolou

Legenda: Uruguai x Japão, na Arena Fonte Nova
Foto: Carl de Souza/AFP

Estou esperando. O Brasil está esperando. Tamanha espera também certamente entre os europeus que tiveram ou estão tendo a curiosidade de acompanhar a atual Copa América. Cadê o futebol genial que um dia existiu pelas bandas de cá? Onde estão os brasileiros inigualáveis na arte de driblar, criar e fazer gols? Os prodígios que vieram dos campinhos de futebol improvisados, tendo traves marcadas por chinelas japonesas? De lá, desses campinhos de areia, sem os esmeros de hoje, sem a ciência de hoje, sem a preparação especializada de hoje, saíram craques excepcionais. Foi assim que se fez a diferença entre o futebol brasileiro e o futebol de outras partes do mundo. A Copa América atual está paupérrima. A rigor, um lance mais qualificado do cearense Everton, o Cebolinha e o belo gol de Cavani, do Uruguai. No mais, uma pobreza de técnica e de tática, numa fastidiosa competição cada vez mais sem público e sem graça. Pergunto: que de arte coletiva fez a Seleção Brasileira? Até agora nada. Que inovação trouxe o treinador Tite? Até agora nada. Assim, chego à conclusão de que a Copa América não decolou. Pode ser e queira Deus que o melhor esteja por vir.

Casa cheia

Incomparável a diferença entre a participação do torcedor europeu que lota os estádios em todas as competições e a ausência do torcedor brasileiro em qualquer competição. Aqui, sobram cadeiras vazias nos estádios. Na Europa, cadeira vazia nos estádios é pouco provável. Temos de reconhecer, porém, que são duas realidades: lá há dinheiro sobrando; aqui há crise econômica e um país de endividados.

Programação

Há que se levar em conta alguns erros. Num país onde o índice de violência é elevado (situação aqui no Brasil), é um absurdo a programação de jogos que terminam quase meia-noite. O medo de assalto segura muita gente em casa. Aí tome cadeira vazia.

Nos bares

Outro motivo para cadeiras vazias nos estádios é a transmissão dos jogos por bares e restaurantes. Há torcedores que optam por um barzinho aconchegante, onde são melhores as opções de companhia e bebida, longe da exploração de preços nos estádios. Para o narrador gera frustração. É horrível chegar ao estádio e vê-lo com muitas cadeiras vazias.

O atacante cearense Everton tem tido ascensão na opinião dos cronistas e dos desportistas em geral. Ele há entrado muito bem, quando chamado pelo técnico Tite. A propósito, já estão questionando a razão por que o treinador não o escala logo de início. Everton, o Cebolinha, está pedindo passagem.

Xuxa afirma que só fez o filme no qual aparece transando com um garoto porque não poderia deixar de atender o Rei Pelé, então seu namorado. Ora, a Xuxa já era grandinha e maior de idade, portanto, com elevado grau de conhecimento para decidir se faria o filme ou não. Transferir a responsabilidade para terceiro não pega bem.