Tite quer sufocar rivais do Brasil

Técnico quer começar ataques no campo ofensivo, de forma que os adversários não cheguem ao ataque

Legenda: Tite conversa com David Neres, que será titular na estreia do Brasil na Copa América
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Os frágeis adversários enfrentados nos jogos preparatórios para a Copa América não chegaram a testar a Seleção Brasileira. A vitória por 2 a 0 sobre o Catar e o triunfo por 7 a 0 diante de Honduras, porém, serviram para o time colocar em prática aquela que será uma de suas estratégias na competição, sobretudo contra rivais de menor expressão.

Tite quer ver seus atletas marcando no campo de ataque, roubando a bola perto do gol do oponente. A ideia é utilizar os jogadores rápidos de que dispõe, como Richarlison e David Neres, para aproveitar contragolpes bem velozes, curtos, sem que haja a necessidade de transportar a bola de um setor defensivo até a meta.

"São opções. Tu tens que ver o que gera e o preço", disse o treinador, alertando que o esforço na tentativa de roubar a bola na frente deve ser bem coordenado. "Exige um nível de concentração maior. Se tu negligenciar, vai estourar, vai ter que correr para trás. Exige uma coisa e te dá outra", acrescentou.

O plano é manter o jogo longe do gol de Alisson o máximo possível. Além de organização na marcação por pressão, isso geralmente exige fôlego, algo desafiador em um torneio com poucos dias de recuperação entre os jogos. Mas, segundo a avaliação da comissão técnica, gás para executar a tarefa não é o problema.

"Em termos físicos, marcando onde se perde a posse da bola, tu corres menos. Estatisticamente mesmo", afirmou Tite, que observou um pressuposto básico fora de seu alcance. "Se a equipe adversária não quer sair jogando, não dá para marcar ali. Se a proposta é quebrar a bola na frente, você precisa brigar no meio, o jogo fica mais truncado".

De qualquer maneira, há uma ideia clara de não deixar o rival controlar a bola. Sempre que estiver sem a posse, a equipe verde-amarela pretende retomá-la agressivamente. Com ela, a Seleção quer também ser agressiva, trocando passes, mas buscando a "verticalidade" mencionada pelo comandante - ou seja, menos toques de lado, mais investidas na direção do gol.

O plano vale, em tese, para qualquer jogo, mas é particularmente apropriado diante de times tecnicamente inferiores.