Tetracampeonato mundial da Seleção Brasileira completa 25 anos

No dia 17 de julho de 1994, o Brasil conquistava a Copa do Mundo pela quarta vez, em torneio realizado nos EUA

Legenda: Campanha brasileira foi marcada por nomes como Branco, Romário e Dunga
Foto: Foto: AFP

Há quem guarde o tetracampeonato mundial da Seleção Brasileira, em 1994, como o apogeu do futebol nacional. Mais que uma taça erguida por Dunga, nos Estados Unidos, o título encerrou um jejum sem conquistas que se estendia desde a Copa de 1970. O peso do ápice surge por se tratar de uma equipe que chegou sem ser favorita, atraiu multidões sem grandes estrelas e fez, de cada partida, uma batalha. Memórias eternizadas e rememoradas pelo grito de "Tetra" que completa 25 anos neste 17 de julho.

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A quarta estrela foi colocada no peito do brasileiro com lampejos de brilho e muita raça dentro de campo. A comoção veio, acima de tudo, da despedida de um ídolo: Ayrton Senna. Vítima de acidente no GP de Ímola, na Fórmula 1, o piloto foi o mártir do time comandado por Carlos Alberto Parreira. Em meio ainda às polêmicas com o ex-presidente Itamar Franco, a missão de reerguer emocionante um País debilitado coube a Bebeto, Romário, Taffarel e Cia após atuações ruins nas Eliminatórias para a Copa.

Legenda: Na época, o Diário do Nordeste mostrou como foi a conquista e festa dos jogadores nos EUA e da torcida pelas ruas de Fortaleza
Foto: Foto: arquivo / SVM

Longe da sensação apática contemporânea, o Brasil foi abraçado pela população, que acompanhava os jogos em caráter "religioso". Assistir à Seleção avançar de fases no Mundial não era um trabalho solitário, mas em família junto à televisão. O comentarista esportivo do Sistema Verdes Mares, Tom Barros, que cobriu a competição diretamente nos EUA, relatou que o título foi festejado pela equipe de transmissão da Rádio Verdes Mares juntamente com argentinos, deixando a rivalidade de lado e celebrando a conquista da América do Sul.

"É um prêmio ver o Brasil campeão em outro país. Lembro demais da festa lá na Califórnia depois do jogo difícil. Essa Copa do Mundo me deixa com uma saudade enorme porque lembro de uma comemoração grande no complexo de transmissão onde estávamos, junto com argentinos. Pois não é que a festa foi feita com eles participando e comemorando muito o título de 94 com a nossa equipe", relatou.

O time de comunicadores também era formado pelos narradores Carlos Fred e César Rizo, além do comentarista Sérgio Pinheiro.

Legenda: Capa do Diário do Nordeste de 18 de julho de 1994. Edição histórica registrou conquista inesquecível

Campanha

O pênalti cobrado pelo italiano Roberto Baggio, por cima da trave de Taffarel, imortalizou a conquista do tetracampeonato brasileiro - até então, primeira Copa do Mundo decidida nas penalidades. No entanto, o caminho para a glória não teve grandes emoções apenas no capítulo final.

A fase de grupos começou com pé direito logo na estreia: triunfo diante dos russos por 2 a 0. Na sequência, uma vitória sobre Camarões por 3 a 0 e um empate diante da Suécia, em 1 a 1, encaminharam a primeira colocação do Grupo B, com o 'baixinho' Romário marcando um gol em cada partida.

As oitavas de final registraram o encontro contra os anfitriões norte-americanos. Em jogo truncado num estádio lotado e temperaturas próximas aos 37º C, o Brasil venceu com gol de Bebeto, superando a expulsão do lateral Leonardo.

Nas quartas de final, o desafio foi diante da favorita Holanda. Com segundo tempo eletrizante, a vitória veio em falta de Branco: 3 a 2.

A semifinal teve Romário como protagonista. Contra os suecos, o atacante marcou de cabeça no 2º tempo - o 5º na competição.

A busca pela hegemonia mundial veio na final com a Itália, também tricampeã. Após empate no tempo normal, Romário, Branco e Dunga converteram e garantiram a taça tão sonhada.