Sem convidados, Copa América tem jogos genuínos

Favoritos e azarões se misturam nas fases decisivas da competição. Seleção Brasileira tem desafio de vencer a retranca do Paraguai e superar antigo problema

Legenda: Equipe de Tite terá retranca paraguaia à frente
Foto: Juan MAbromata/AFP

Não foi uma primeira etapa de grandes jogos, públicos e surpresas. Mas passou a fase da margem de erros na Copa América, com algumas turbulências, mas que precisam ser deixados na disputa de grupos. Brasil e Argentina foram os mais atingidos pela oscilação e a busca por uma identidade.

Pior para os "hermanos" que sofrem com a crise da qualidade no futebol. O atual bicampeão, Chile, tenta apurar um pouco de favoritismo que ficou dissolvido nos resultados recentes da Seleção. Uruguai é a força mais consolidada da 1ª fase, acertou mais do que errou, afinal, tem a melhor dupla do mundo: Cavani e Suárez. A Colômbia é a favorita emergente, Seleção operária, trabalhando em conjunto, passou com 100% de aproveitamento, nenhum gol sofrido.

Paraguai, Peru e Venezuela surgem como azarões neste processo de definição da Copa América. Mas mantenha os olhares atentos a estas seleções de menor status.

Diante dos classificados, podemos discursar de forma aliviada: uma competição, agora, 100% sul-americana. Não que exista antipatia contra Japão Sub-23 e Catar, mas por convidados que não sejam da América em um contexto geral. O torneio poderia ser mais conceitual, ou no máximo, apenas da América do Sul.

Descobrimos nesta edição outras forças surgindo no continente. A jovem Seleção Venezuelana, mesmo com a crise política que vive o país, evoluiu. Mais de 80% dos jogadores atuam fora. Mesmo surgindo como azarão, entregou dificuldades à Seleção Brasileira e, sim, pode eliminar a bagunçada Argentina.

O Uruguai confirma o degrau de favorito acima da Argentina: tem o melhor conceito ofensivo do mundo, uma das melhores duplas de zaga do planeta, não perdeu na fase de grupos e mostrou o futebol mais consistente, mesmo com alguns erros pontuais.

Mas quem aproveitou melhor a fase de grupos foi a Colômbia. Pode não ser um primor técnico, mas apresenta solidez e consciência dentro de campo, 100% de aproveitamento. Sistema defensivo sólido, mas o ataque ainda oscila. A oportunidade para alcançar o patamar de favoritismo é contra a Seleção Chilena, mesmo sem ter ido à Copa do Mundo e vivendo crises internas entre jogadores e federação, tem a soberania recente da Copa América pelo bi conquistado em 2015 e 2016.

O patriotismo não está colocando a Seleção Brasileira ainda como candidata ao título. O nível de exigência dos brasileiros, aliado aos placares recentes, traz a necessidade de ser absoluta nos resultados e nos jogos.

O adversário é perigoso, mas está com geração enfraquecida, jogará por "uma bola". É oportunidade clara para o Brasil furar defesas fechadas, a sina de Tite desde que assumiu a Seleção.