Rogério Ceni acenou com a possibilidade de alterar o esquema de jogo que fez sucesso em 2019

Sem contratações desejadas, o técnico estuda mudanças no Leão Após o empate com o Vitória no último sábado, em Salvador, treinador tricolor reforçou a necessidade de reforços para o sistema ofensivo e garantiu que busca alternativas para mudar o modelo de jogo da equipe

Legenda: Comandante leonino reclamou da dificuldade de conseguir reforços com as características ofensivas de alguns jogadores que deixaram o Leão após a conclusão da temporada passada
Foto: Foto: Camila Lima / SVM

No ano mais vitorioso de sua história, o Fortaleza tinha uma identidade muito bem definida e conhecida por todos os seus torcedores. O esquema 4-4-2, com quatro atacantes de origem e que alternava para 4-2-4 quando a equipe estava atacando, rendeu títulos e feitos marcantes em 2019. Entretanto, para 2020, esta formação pode - e deve - mudar.

Pela ausência quantitativa de peças que possam desempenhar as funções desejadas, sobretudo no ataque, o técnico Rogério Ceni já estuda possibilidades para criar variações para o Leão do Pici nesta temporada.

O próprio treinador foi quem garantiu que, pelo atual elenco que tem à disposição, é preciso pensar em alternativas para que a intensidade de jogo e a eficácia sejam mantidas. Muito disso pelo fato de que o clube não conseguiu captar no mercado as contratações desejadas para a manutenção do modelo.

"Para manter o mesmo sistema de jogo do ano passado, é necessária a chegada de, no mínimo, mais dois ou três velocistas, jogadores bons, de lado, que saibam fazer a função que o Osvaldo faz, que o Romarinho faz, que o Edinho fazia. Aguardamos a chegada desses jogadores para manter o padrão. Se não, nós vamos ter que, infelizmente, trocar o jeito de jogar", disse Ceni.

De lado

Atualmente, o Fortaleza conta com Osvaldo e Romarinho como atacantes típicos de lado de campo. Marlon, Mariano Vázquez e Ederson são outros atletas que podem desempenhar a função mas, mesmo assim, a quantidade é baixa, algo que preocupa Ceni.

"Perdemos muitos jogadores de frente: Kieza, André Luís, Matheus Alessandro, Felipe Pires, Edinho. E não conseguimos repor as ausências. Pra frente, o time não é mais o mesmo. Não tem as mesmas peças de reposição. E o nosso forte sempre foi a velocidade, transição rápida. Essa característica, se não tem os velocistas, tem que mudar. Então estamos tentando nos adaptar a um sistema do qual a gente dispõe os jogadores pra jogar", reforçou o comandante.

Uma das alternativas que Ceni pensa é de reforçar mais o meio de campo para dar uma sustentação defensiva maior.

Sistema

"A gente espera manter o padrão de jogo do ano passado. Se não, tem que mudar o sistema, talvez jogar com três volantes, porque, se não temos os atacantes, não há condição de manter o mesmo sistema, o mesmo ritmo de jogo como a gente jogou no ano anterior", adiantou.

Apesar da preocupação com a falta das contratações desejadas, Rogério Ceni não dá prazo para a chegada de novos jogadores. Certo é que o treinador espera que o clube possa trazer reforços o mais rápido possível.

"Não dou prazo (para contratações). Eu sou funcionário do clube. Não dou prazo para o patrão. Nós tínhamos sete, oito nomes, mas não conseguimos nenhum deles. Vamos ter que ter outras alternativas. É a realidade. Temos que entender que o poder aquisitivo do clube é inferior ao de outras equipes. O tempo passou. Os jogadores que tentamos me parece que não foi possível. Então vamos ter que ir atrás do plano C, plano D, plano E. É assim que se vive. É uma realidade que a gente tem dentro dos clubes da Série A".