Reformulado para 2020, Ceará tem disputa interna antes de estreia

Sob comando de Argel Fucks, Vovô tem esquema 4-2-3-1 definido, mas ainda busca escolher os titulares. Expectativa é que 70% do time sejam mexidos

Legenda: O meia Felipe Silva é um dos poucos remanescentes de 2019 que pode ser titular no início de temporada
Foto: FOTO: JL ROSA

O início da temporada de 2020 foi de reconstrução para o Ceará Sporting Club. Ávido por resultados, a diretoria do Vovô foi ao mercado e ascendeu o nível técnico do elenco. Saídas, renovações e 12 contratações que servem também para acirrar a competitividade interna do Vovô.

E se houve cadeira cativa dentre os jogadores no último ano, a necessidade de ampliar o desempenho será determinante na definição dos titulares de Argel Fucks. Com duas semanas intensas de treinamento, o esboço tático nas atividades priorizou o 4-2-3-1, formação que será utilizada nos primeiros jogos do extenso calendário - participações em Campeonato Cearense, Copa do Nordeste e Copa do Brasil até fevereiro.

O fato é que os únicos três jogos que o treinador teve à frente da equipe na reta final da Série A do Campeonato Brasileiro não servirão mais de parâmetro. Por isso, nos testes, os reforços ganharam espaço entre os titulares. Na 38ª rodada da competição, por exemplo, o Vovô entrou em campo com Diogo Silva, Samuel Xavier, Valdo, Eduardo Brock, Luiz Otávio, Auremir, William Oliveira, Ricardinho, Thiago Galhardo, Felipe Silva e Mateus Gonçalves.

A expectativa é que haja uma reformulação de 72,7% do time base. O principal setor de mudança é o ataque, alvo de críticas dos torcedores em 2019. O objetivo agora é ser agressivo desde o começo do jogo, com marcação alta, velocidade de transição e uma nova postura com a bola.

Assim, os atacantes Rogério, Vinícius e Rodrigão chegam para diminuir o espaço de nomes conhecidos como Bergson, Leandro Carvalho e Wescley. Trio que deve superar o pífio rendimento na primeira divisão para voltar a vestir o manto alvinegro. Pressão que reside porque, juntos, somaram 63 partidas, 2.836 minutos e apenas seis gols na campanha passada.

Outro nome que é permeado de responsabilidade é Rafael Sóbis. Aos 34 anos, o atacante se reapresentou tardiamente e participa de atividades para recondicionamento físico. Com 11 títulos na carreira, chega com status de ídolo antes mesmo de estrear, mas precisará se encontrar em campo uma vez que atua como camisa 9 ou vindo logo atrás do centroavante.

Nova cancha

O arsenal de peças ainda deve gerar uma manutenção no meio-campo. Argel gosta de volantes com vigor físico e grande poder de marcação. Características que vão na contramão de Ricardinho, líder em assistências do Vovô no Brasileirão (6), toques decisivos (56) e 2º em número de passes (1.241).

O experiente jogador, que foi capitão em 2019, seguirá para a reserva. As duas vagas então sobram para o embate entre Fabinho, Willian Oliveira e Charles. Adquirido nessa temporada por R$ 3 milhões junto ao Internacional, o último nome da lista é o mais próximo da titularidade.

O parceiro nas atividades tem sido Fabinho, com apoio pelo lado direito. Willian Oliveira, com 19 jogos com a camisa alvinegra, corre por fora e ganhará espaço em um eventual 4-4-2, estratégia para o sistema defensivo - Marthã e Fernando Sobral são da função, mas avaliados como apostas.

Defesa definida

Para 2020, o setor foi reformulado, apesar da manutenção de Luiz Otávio, que ganhou o goleiro Fernando Prass para dividir a amplitude técnica.

Na escolha da zaga, Argel ficou com Tiago Pagnussat para fechar o setor. Nas laterais, Bruno Pacheco começa na esquerda, enquanto Samuel Xavier fica com a vaga na direita.